Agência France-Presse
postado em 02/11/2018 17:51
Sete cristãos coptas morreram nesta sexta-feira (2/11) no Egito quando homens armados abriram fogo contra um ônibus no qual viajavam, em um atentado reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
As vítimas estavam em um ônibus que passava pela província de Minya, a 200 quilômetros ao sul do Cairo, onde faziam uma peregrinação ao monastério de São Samuel.
Nesta sexta-feira, "um ônibus transportando coptas foi atacado perto do monastério de de São Samuel (...) deixando sete mortos e sete feridos", declarou uma fonte dos serviços de segurança.
"Dispararam contra um ônibus que transportava um grupo de coptas quando voltava do monastério de São Samuel", detalhou a Procuradoria-Geral, que anunciou a abertura de uma investigação e o envio de uma equipe ao local.
O bispo Makarios, da província de Minya, indicou em uma conversa por telefone que o ataque aconteceu "na estrada do monastério de São Samuel", e detalhou que o veículo se dirigia a Sohag, 500 km ao sul da capital egípcia.
O EI reivindicou este atentado por meio de órgão de propaganda Amaq.
"Os autores da emboscada aos visitantes (cristãos) no caminho do ;monastério de São Samuel;, em Minya, são combatentes do Estado Islâmico", indicou o Amaq em comunicado publicado no aplicativo de mensagens Telegram.
Em maio de 2017, homens armados mataram 28 peregrinos coptas, incluindo muitas crianças, enquanto viajavam em um ônibus. O Egito respondeu a esse ataque, reivindicado pelo EI, com bombardeios aéreos contra campos extremistas na vizinha Líbia.
"Meus pêsames, com profunda tristeza, aos mártires que morreram hoje pelas mãos de traidores (...)", escreveu o presidente egípcio, Abdel Fatah Al-Sisi, no Twitter depois do ataque desta sexta.
"Desejo que os feridos se recuperem rapidamente e confirmo a nossa determinação de continuar lutando contra o terrorismo e perseguir os autores", continuou.
Um braço egípcio do EI está ativo no norte da península do Sinai, de onde ataca as forças de segurança, especialmente desde que o Exército derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi, em 2013.
Também ataca os cristãos coptas, forçando dezenas de famílias a fugir da região.
Em fevereiro de 2018, o Exército realizou uma ofensiva contra os extremistas no Sinai e afirma ter matado mais de 450.
Os coptas representam a comunidade cristã mais antiga do Oriente Médio e a mais numerosa, com cerca de 10% dos 100 milhões de egípcios.