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China diz estar disposta a ajudar Paquistão em crise fiscal

Paquistão obteve bilhões de dólares em empréstimos da China nos últimos anos, com termos que permanecem em grande parte não revelados

Agência Estado
postado em 03/11/2018 16:43
A China informou neste sábado que está disposta a oferecer assistência ao Paquistão para ajudá-lo a superar seus atuais problemas fiscais. Os termos de tal ajuda ainda estão sendo discutidos. A informação foi divulgada após uma reunião em Pequim entre o primeiro-ministro chinês Li Keqiang e o recém-eleito primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, que se reuniu no dia anterior com o presidente chinês, Xi Jinping.

A crescente crise fiscal do Paquistão levantou questões sobre sua capacidade de pagar empréstimos concedidos pela China como parte da iniciativa chinesa para a área de infraestrutura denominada "Belt and Road". O Paquistão obteve bilhões de dólares em empréstimos da China nos últimos anos, com termos que permanecem em grande parte não revelados. A China prometeu um total de mais de US$ 60 bilhões ao Paquistão sob a forma de empréstimos e investimentos em estradas, portos, usinas de energia e parques industriais para construir o chamado "Corredor Econômico China-Paquistão".

Após a reunião entre Li com Khan, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Kong Xuanyou, disse que os lados haviam "deixado claro que o governo chinês fornecerá apoio e assistência necessários ao Paquistão para enfrentar as dificuldades econômicas atuais". "Quanto às medidas específicas a serem tomadas, as autoridades competentes dos dois lados terão discussões detalhadas", disse.

Kong disse que não há planos para alterar o corredor econômico, conhecido como CPEC, embora ele tenha dito que o plano poderia ser alterado um pouco "em favor de áreas relacionadas com a vida das pessoas", afirmou. "Não houve mudança no número de projetos do CPEC. Se tiver de haver alguma mudança, seria para aumentar daqui pra frente", acrescentou.

Em resposta à crise fiscal, o Paquistão está buscando um empréstimo emergencial de US$ 8 bilhões do Fundo Monetário Internacional, que planeja enviar uma equipe a Islamabad para avaliar a situação. Também está buscando novos empréstimos da Arábia Saudita e da China. As discussões sobre o novo financiamento deveriam dominar a visita de Khan.

Para complicar ainda mais, os Estados Unidos, que influenciam fortemente o FMI, disseram que não financiarão o pagamento dos empréstimos chineses do Paquistão.
Fonte: Associated Press

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