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Extrema direita é derrotada nas eleições municipais da Polônia

O partido populista Lei e Justiça, no poder da Polônia desde 2015, sofreu uma derrota nas eleições municipais de domingo, 4

O partido populista Lei e Justiça, no poder da Polônia desde 2015, sofreu uma derrota nas eleições municipais de domingo, 4. Resultados preliminares mostram que a sigla não conquistou as principais cidades do país. Entre os 107 maiores municípios, estima-se que a legenda de extrema direita ganhará seis prefeituras, sendo a maior delas Zamosc, com população de 65 mil habitantes.


A derrota é um sinal de que o Partido Lei e Justiça, ainda popular com o eleitorado rural conservador, luta para conseguir apoio em áreas urbanas, apesar da aceleração da economia e da distribuição de benefícios sociais a famílias. No momento, é improvável que o partido tenha maioria no Parlamento nas eleições de 2019, que serão decisivas para que a sigla consume seu plano de alterar a Constituição.

No primeiro turno das votações, em 21 de outubro, uma coalizão da oposição, liderada pelo partido centrista Plataforma Cívica, ganhou a capital, Varsóvia, e outras cidades-chave, incluindo Wroclaw, Poznan e Lodz. No domingo, foram escolhidos os prefeitos de 649 municípios da Polônia, com 37 milhões de habitantes, em uma vitória esmagadora para políticos da oposição em outras prestigiadas cidades, como Cracóvia, Gdansk e Kielce.

A imprensa polonesa descreveu os resultados como uma clara derrota ao Lei e Justiça. Simultaneamente, os líderes do partido do governo buscam manter o foco na votação que definirá as assembleias regionais em duas semanas.

As eleições municipais claramente mostram que em centros urbanos há forte oposição ao Liga e Justiça, acusado de violar normas democráticas para ter controle do Judiciário e da imprensa como ferramenta de propaganda partidária. O governo também esteve em conflito com a União Europeia por padrões democráticos.

De modo geral, a eleição acentuou a polarização política. De um lado, há os poloneses urbanos e liberais que acreditam que os populistas de extrema direita estão destruindo a democracia. Do outro, há os conservadores, geralmente mais velhos, da zona rural e com menos formação, que gostam do partido governista para preservar valores católicos e resistir ao que sentem ser as influências corruptas da Europa ocidental.