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Ex-procurador de NYC escapa de acusações de violência contra mulheres

Eric Schneiderman não será acusado de crimes penais por falhas no código penal nova-iorquino

postado em 08/11/2018 17:30
Eric Schneiderman não será acusado de crimes penais por falhas no código penal nova-iorquino
Nova York, Estados Unidos - O procurador-geral de Nova York que foi acusado de violência contra as mulheres, tendo que renunciar em maio, Eric Schneiderman, não será acusado de crimes penais por falhas no código penal nova-iorquino, informou a justiça nesta quinta-feira (8).

"Acho que as mulheres que compartilharam suas experiências com nossa equipe de investigação, mas há impedimentos legais, incluindo os delitos que prescreveram, excluem um processo penal", afirmou a procuradora do condado de Nassau, Madeline Singas, em comunicado.

Singas, que interrogou cada uma das mulheres pessoalmente, apresentou um projeto para modificar a legislação vigente em Nova York, em que encontrou "deficiências".

Ele propôs uma nova legislação que reforça o arsenal legal atual contra o assédio sexual, incluindo na categoria de violência "tapas, pancadas, chutes", dados "sem consentimento" e "com fins de gratificação sexual".

Toda pessoa julgada por um crime deste tipo e considerada culpada poderia ser sentenciada a até um ano de prisão e o delito prescreveria em dois anos.

A lei atual não permite processar alguém por violência que obedeça a gratificação sexual, a menos que provoquem ferimentos substanciais.

O ex-procurador geral de 63 anos, que havia defendido o movimento #MeToo e nega as acusações, se demitiu horas depois de ser denunciado por violência contra quatro mulheres em uma matéria da revista The New Yorker.

Duas supostas vítimas disseram que o procurador, ex-senador democrata no estado de Nova York, lhes bateu com força em várias ocasiões, muitas delas sob efeitos de álcool, e inclusive tentou estrangulá-las, manifestação do que as denunciantes consideram um desejo de dominação física e psicológica.

Uma delas, nascida em Sri Lanka, assegurou à revista que Schneiderman a chamou "sua escrava marrom", cospiu nela e a estrangulou. "Me tirou a respiração", disse. "Raramente fazíamos sexo sem que ele me batesse", relatou a suposta vítima.

As denunciantes disseram que Schneiderman as chegou a ameaçar de morte caso deixasse a relação. O ex-procurador nega as acusações.

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