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Trump visita a Califórnia, onde incêndio deixou mais de 1.000 desaparecidos

Batizado de Camp fire, o incêndio destruiu cerca de 57,5 mil hectares da Califórnia

O presidente dos EUA, Donald Trump, é esperado neste sábado (17/11) na Califórnia, onde bombeiros continuam a lutar contra os incêndios gigantescos que assolam o estado e deixaram mais de 70 mortos e 1.000 desaparecidos.

O incêndio batizado de "Camp Fire", que começou há mais de uma semana na localidade de Paradise, destruiu cerca de 57.500 hectares.

No sul do Estado, perto de Los Angeles, o outro incêndio, o "Woolsey Fire", queimou cerca de 400 mil hectares, incluindo partes do balneário de Malibu, área de moradia de muitos astros e onde três pessoas morreram.

Cerca de nove mil bombeiros foram mobilizados nas duas frentes de fogo e dezenas de milhares de moradores foram evacuados.

Trump disse à Fox News na sexta-feira que "vai ver os bombeiros", enquanto a Casa Branca indicou no dia anterior que ele se encontraria com as vítimas dos incêndios.

A presidência não anunciou a agenda da visita, a segunda do presidente do reduto democrata da Califórnia, desde a sua chegada ao poder em janeiro de 2017.

Este grande estado do oeste americano faz oposição a Trump em muitas frentes, da imigração e meio ambiente até a regulamentação do porte de armas de fogo.

O estado mais populoso do país é também aquele com mais imigrantes indocumentados, alvos frequentes da política presidencial.

Depois que os violentos incêndios tiveram início, Trump denunciou a má gestão das florestas pelas autoridades da Califórnia, esquecendo que a maioria delas está sob controle federal.

Ele também ameaçou cortar os fundos federais, enquanto o Congresso destinou um orçamento de 2 bilhões de dólares para a luta contra os incêndios florestais no ano fiscal de 2018.

Posteriormente, porém, o presidente mudou de tom e declarou uma "grande catástrofe" na Califórnia, saudou o trabalho dos bombeiros e mostrou à população seu apoio, explicando que ele falou diretamente com o governador democrata Jerry Brown sobre a tragédia.

Nesta semana também enviou seu secretário do Interior, Ryan Zinke, ao terreno.

Mas na sexta-feira novamente subiu o tom para destacar a ausência, segundo ele, da limpeza preventiva em áreas florestais.

"Se a área de fogo em Paradise tivesse sido limpa, não haveria fogo", disse ele à Fox News.

"As mudanças climáticas podem ter contribuído um pouco para o avanço brutal do incêndio, mas o principal problema é a gestão ambiental", acrescentou ele.

Ou impacto de "Camp Fire" é visível a mais de 200 quilômetros ao sul da área devastada de Paradise, até San Francisco, onde as autoridades emitiram um alerta de alta polição do ar.

O "Woolsey Fire", por sua vez, foi contido em quase 80% e os bombeiros esperam extingui-lo até segunda-feira.

Há uma investigação em andamento sobre a origem dos incêndios. No entanto, uma ação judicial foi movida contra a empresa de energia local Pacific Gas & Electric (PG & E), por um suposto incidente com uma linha de alta tensão pouco antes do incêndio em Paradise.

No ano passado, a Califórnia teve vários incêndios importantes, com um total de mais de 100 mortos e a queima de milhares de hectares. A seca afeta esse estado do oeste dos Estados Unidos há vários anos.