Agência France-Presse
postado em 23/11/2018 19:08
Havana, Cuba - A Espanha continuará estimulando os investimentos em Cuba, disse nesta sexta-feira (23) o chefe do governo espanhol Pedro Sánchez em apoio à abertura econômica da ilha socialista.
Primeiro mandatário espanhol a oficialmente visitar Cuba em 32 anos, Sánchez apontou especialmente para as necessidades de investimento estrangeiro a fim de auxiliar no crescimento econômico da ilha.
"Passou muito tempo, acho que demais, desde a última vez que um presidente da Espanha veio a Cuba para ter uma reunião bilateral", disse no segundo dia de sua visita, diante de um fórum de representantes de 200 empresas de ambos os países, entre elas a gigantes de telecomunicações Telefónica e a companhia aérea Iberia.
A Espanha é o terceiro parceiro comercial de Cuba, atrás de China e Venezuela, com intercâmbio de US$ 1,3 bilhão em 2017.
Contudo, "entre 2017 e 2018, a Espanha ganhou muito espaço (...) a ponto de poder ocupar o lugar da Venezuela", apontou o analista Arturo López Levy, professor da universidade americana Gustavus Adolphus College.
"Somos o principal parceiro europeu da ilha, com uma cota de mercado próxima de 40%", disse Sánchez. "O governo espanhol vai continuar a estimular os investimentos em Cuba", acrescentou.
O governante também disse que vai buscar "uma solução para o problema dos calotes" que sofrem, entre outras, as empresas espanholas.
Já Cuba precisa de dinheiro fresco e aplicará a partir de fevereiro uma nova Constituição, mais aberta ao capital estrangeiro.
A ilha sofre com a crise na Venezuela, que também é provedor de petróleo, e acaba de cancelar o programa de envio de médicos ao Brasil - que rendia cerca de US$ 400 milhões ao ano, segundo uma fonte diplomática.
Cuba recebeu o interesse renovado da Espanha de braços abertos. "As relações entre Cuba e Espanha se fortalecem", escreveu no Twitter o presidente cubano Miguel Díaz Canel, que classificou a entrevista nesta quinta-feira como "cordial".
Ambos assinaram um protocolo de acordo para estabelecer consultas bilaterais e um acordo de cooperação cultural.