Agência France-Presse
postado em 28/11/2018 09:42
Manágua, Nicarágua - O governo de Daniel Ortega afirmou nesta terça-feira (28/11) que as medidas anunciadas pelos Estados Unidos contra a Nicarágua, que incluem sanções contra sua vice-presidente e primeira-dama, Rosario Murillo, são a continuidade da política intervencionista americana.
"Rejeitamos com contundência a declaração e a resolução (...) emitidas hoje pelo governo dos Estados Unidos", destaca o comunicado de Manágua.
O governo Ortega, no poder há onze anos, considerou que as medidas são "a continuidade histórica da ingerência e da política intervencionista da potência imperial norte-americana contra a Nicarágua".
"Reclamamos com dignidade (..) o direito inalienável à nossa soberania e independência (...). Somos uma raça invicta, que não nos vendemos ou rendemos", destaca a nota emitida por Manágua.
Os Estados Unidos impuseram nesta terça sanções econômicas a Murillo e ao assessor de segurança nacional da presidência Néstor Moncada por sua responsabilidade nos abusos contra os direitos humanos e atos de corrupção.
A disposição bloqueia todos os bens e ativos sob a jurisdição dos Estados Unidos e impede pessoas e entidades americanas de fazer negócios com Murillo e Moncada.
"O presidente Trump está comprometido em pressionar o regime do presidente nicaraguense, Daniel Ortega, para restaurar a democracia e o Estado de direito naquele país", destacou a Casa Branca em um comunicado, reafirmando seu apelo a "eleições livres, justas e antecipadas".
Ortega, cujo partido controla o aparelho estatal, tem rejeitado a retomada do diálogo com a oposição ou antecipar as eleições de 2021 para 2019.
Uma onda de protestos contra o governo foi deflagrada em 18 de abril diante da proposta de reforma da Previdência.
As manifestações, que logo exigiam a renúncia de Ortega, foram reprimidas com violência e mais de 320 pessoas morreram, segundo grupos humanitários.