Agência Brasil
postado em 28/11/2018 10:05
Nos próximos dias, os principais nomes da política internacional estarão em Buenos Aires para a reunião de Cúpula do G20 que começa na sexta-feira (30/11) e termina no sábado (1/12). Alguns, inclusive, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping, que travam tensas negociações econômicas e têm embates contínuos.
Na área comercial, norte-americanos e chineses travam uma guerra desde julho, após a imposição mútua de sobretaxas bilionárias. Iniciada por Donald Trump, a imposição de tarifas a produtos chineses atingiu em cheio as exportações comandadas por Xi Jinping.
Já no campo da diplomacia, às vésperas da Cúpula do G20, a organização não governamental Human Rights Watch pediu à Justiça Argentina para investigar o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, que estará em Buenos Aires, sobre possíveis crimes contra a humanidade no Iêmen, além do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
A cúpula do G20 também colocará lado a lado líderes que enfrentam questões migratórias. Desde outubro, milhares de migrantes centro-americanos seguem em caravanas a pé rumo aos Estados Unidos, que determinaram uma série de medidas para impedir a entrada deles no país, a partir da fronteira com o México. Além de Trump, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, também estará na Argentina.
Participam ainda da Cúpula, os presidentes do Brasil, Michel Temer; da Rússia, Vladimir Putin; da França, Emannuel Macron; da Turquia, Tayyip Erdogan; da Coreia do Sul, Moon Jae-in; e da África do Sul, Cyrill Ramphosa.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel; os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte; do Canadá, Justin Trudeau; do Reino Unido, Theresa May; do Japão, Sinzó Abe; e da Índia, Narendra Modi, também confirmaram presença.
Como convidados, foram incluídos os membros permanentes: os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk; do Chile, Sebastián Piñera; do Senegal, Macky Sall; de Ruanda em nome da União Africana, Andrew Holness; além dos primeiros-ministros da Espanha, Pedro Sánchez; de Cingapura, Lee Hsien Loong; da Jamaica, Andrew Holness; e dos Países Baixos, Mark Rutte.
Histórico
O Grupo dos 20 foi criado em 1999, em meio à crise econômica mundial do final dos anos 1990, como um foro para a cooperação internacional em temas econômicos e financeiros. Inicialmente reunindo ministros da área econômica e presidentes dos bancos centrais de países com projeção na economia mundial, o encontro buscava diálogo e cooperação.
Em 2008, o então presidente dos Estados Unidos George W. Bush convidou os líderes dos países do grupo para reunião em Washington, inaugurando assim as Cúpulas do G20. A iniciativa foi um esforço para dar resposta a outra crise econômica mundial da época e indicou a necessidade de cooperação internacional mais ampla.
Desde então, o G20 consolidou-se como principal foro anual de encontro de presidentes e primeiros-ministros dos 19 países que o compõem, além da União Europeia.
Reuniões preparatórias
A Cúpula do G20 em Buenos Aires foi antecedida por vários trabalhos preparatórios subdivididos por temas. Foram mais de 80 reuniões de grupos de trabalho que se dividiram nas seguintes áreas: Medidas Anticorrupção, Educação, Emprego, Sustentabilidade Climática e Transições de Energia.
A partir desta quarta-feira (28/11), haverá reuniões dos representantes dos países para conversas conjuntas. Na quinta-feira (29/11) à noite, os ministros da área econômica participarão de um jantar de trabalho para finalizar as quase 30 reuniões da área, que incluiu encontros preparatórios ao longo do ano em Buenos Aires, Washington e Bali.
O slogan da cúpula deste ano é Construindo um Consenso para um Desenvolvimento Equitativo e Sustentável. O logotipo reflete, a partir de figuras circulares e o uso de uma ampla paleta de cores, diversidade e construção de consenso para lidar com os principais desafios globais.