Agência France-Presse
postado em 10/12/2018 14:54
Washington, Estados Unidos - O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (10) que os pagamentos feitos a duas mulheres durante a campanha de 2016, para que se mantivessem em silêncio sobre a relação que disseram ter tido com ele, não têm nada de ilegal.
Esta é sua primeira reação ao assunto desde que o procurador-geral de Nova York publicou, na sexta-feira, documentos judiciais que apontam pela primeira vez diretamente para o presidente sobre pagamentos feitos a Karen McDougal, uma modelo da Playboy, e a Stormy Daniels, uma atriz pornô.
Insistindo mais uma vez em que "NÃO HOUVE CONLUIO" entre sua equipe de campanha e a Rússia antes da eleição presidencial de 2016, Trump tuitou: "Aí agora os democratas vão por uma simples transação privada, chamando-a equivocadamente de contribuição de campanha... não foi isso".
A transação, acrescenta, "foi feita corretamente por um advogado".
"Se houver um erro, é responsabilidade do advogado, não minha", continuou o magnata, voltando a acusar seu ex-advogado Michael Cohen de "mentir simplesmente para aliviar sua sentença". Também voltou a denunciar "uma caça às bruxas".
De acordo com os documentos publicados na sexta, este outrora homem de confiança de Trump, que chegou a um acordo de cooperação com o procurador especial Robert Mueller, "desempenhou um papel central" para impedir que as duas mulheres contassem publicamente sua história.
"Como o próprio Cohen reconheceu, para ambos os pagamentos, ele agiu em coordenação e sob a direção" do candidato Trump, revelam o documentos.
Segundo o procurador de Nova York, "em relação aos dois pagamentos, Cohen agiu com a intenção de influenciar as eleições presidenciais de 2016", com o que seriam financiamentos ilegais de campanha.
A equipe do procurador de Nova York trabalhou em conjunto com Mueller e considerou que os atos do ex-advogado representam um "comportamento criminal grave". Nesse sentido, pediram uma pena de prisão representativa que será estabelecida na próxima quarta, quando um tribunal anunciar sua decisão.