Agência Estado
postado em 11/12/2018 16:01
Um tribunal argentino condenou na segunda-feira 10 dois ex-diretores da filial argentina da Ford Motor Co. e um ex-militar pelo sequestro e tortura de 24 trabalhadores da empresa. Eles cumprirão penas de 10 e 15 anos.
Santiago Omar Riveros, ex-chefe de um corpo do Exército, foi condenado a 15 anos de prisão: Héctor Francisco Sibilla, responsável pela segurança da fábrica da Ford no local de General Pacheco - ao norte da capital argentina - a 12 anos; Pedro Müller, ex-gerente de manufatura, a 10 anos.
Os juízes do tribunal consideraram que os três cometeram "delitos de lesa-humanidade" como invasão de domicílios, privações ilegítimas de liberdade agravadas por ato de violência e ameaças e imposição de tormentos.
Uma vez lida a sentença, os parentes das vítimas, que estiveram assistindo à audiência, irromperam em aplausos.
O julgamento é considerado histórico porque provou a conivência do poder empresarial com a ditadura militar da Argentina. O caso é o primeiro a chegar a uma condenação por responsabilidade empresarial nos crimes cometidos pela ditadura que governou a Argentina de 1976 a 1983.
A Associated Press tentou contatar com a filial da Ford para conhecer a sua opinião sobre o julgamento, mas não teve retorno. Fonte: Associated Press