Agência France-Presse
postado em 16/12/2018 16:18
Kiev, Ucrânia - A Rússia mantém uma presença militar importante na fronteira com a Ucrânia, e retirou menos de 10% de seu efetivo desde o incidente marítimo de novembro, que aumentou a tensão entre os dois países, afirmou neste domingo o presidente Petro Poroshenko, durante entrevista coletiva.Após o confronto marítimo entre Ucrânia e Rússia em novembro no Mar Negro, Poroshenko acusou os russos de reforçarem drasticamente seu efetivo militar na fronteira, e mencionou a possibilidade de uma "guerra total".
Após o incidente marítimo, autoridades ucranianas decretaram lei marcial por 30 dias para as regiões fronteiriças e costeiras.
"A ameaça de uma invasão das Forças Armadas russas em território ucraniano continua existindo. Sem dúvida, temos que estar preparados", disse Poroshenko neste domingo, assinalando que não acredita em uma desescalada e que não há razão para cancelar a lei marcial.
No fim de novembro, a Rússia interceptou três navios de guerra ucranianos na costa da Crimeia e capturou os 24 marinheiros a bordo, acusando os mesmos de terem invadido suas águas territoriais.
Este foi o confronto mais grave entre Rússia e Ucrânia desde que Moscou anexou a península ucraniana da Crimeia, em 2014. Desde então, existe um conflito armado no leste da Ucrânia entre as forças do governo e os separatistas pró-Rússia, que, segundo Kiev e os ocidentais, têm o apoio de Moscou.
No começo de dezembro, houve sinais de distensão, e a Ucrânia anunciou que a Rússia havia desbloqueado parcialmente o Mar de Azov.