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Venezuela: Quatro sindicalistas presos em protesto por brinquedos de Natal

Protesto de funcionários da indústria do alumínio por brinquedos de Natal para seus filhos acabou com quatro sindicalistas presos no estado de Bolívar

Agência France-Presse
postado em 19/12/2018 20:40
Uma equipe da empresa Venalum bloqueou um carregamento de alumínio de seis toneladas exigindo a entrega de brinquedos garantidos no contrato coletivo
Caracas, Venezuela - Um protesto de funcionários da indústria do alumínio por brinquedos de Natal para seus filhos acabou com quatro sindicalistas presos no estado de Bolívar (sul), denunciaram ONGs de direitos humanos nesta quarta-feira (19).

Em meio a conflitos por salários e benefícios trabalhistas nas Empresas Básicas de Guayana - corporações estatais de ferro, aço e alumínio -, uma equipe da empresa Venalum bloqueou um carregamento de alumínio de seis toneladas exigindo a entrega de brinquedos garantidos no contrato coletivo.

Na terça-feira, um tribunal ordenou o envio à prisão do dirigente sindical José Hidalgo e outros três empregados, Ernesto Morillo, Andrés Rojas e Noel Gerdez, detidos por agentes de contrainteligência militar no final de semana às portas da empresa, declarou à AFP Marino Alvarado, ativista da ONG Provea.

"Pediam brinquedos para seus filhos. Não é uma esmola, mas um direito estabelecido em seus contratos", destacou Alvarado nesta quarta.

São acusados de "resistência à autoridade, supressão e paralisação do trabalho, obstaculização, agrupamento e desacato", informou a ONG Observatório Venezolano de Conflito Social (OVCS).

Quinze funcionários das Empresas Básicas foram presos entre novembro e dezembro pela contrainteligência militar, em meio a protestos que pediam respeito aos contratos coletivos, apontou a Provea.

Onze dessas detenções aconteceram depois de manifestações na empresa de ferro Ferrominera de Orinoco.

Um dos líderes sindicais da Ferrominera, Rubén González, é processado por tribunais militares, depois de ser preso no final de novembro, quando voltava a Bolívar após participar de uma passeata em Caracas.

O motor do descontentamento foi a eliminação das escalas salariais após enormes aumentos do salário mínimo decretados pelo presidente Nicolás Maduro.

Maduro, que se define como "presidente operário" por seu passado sindicalista no metrô de Caracas, assegura que o governo está doando e vendendo a baixos preços roupas e 15 milhões de brinquedos importados para a época de Natal.

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