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Para FDS, retirada das tropas dos EUA da Síria permitirá que EI se reconstrua

Atualmente, cerca de 2 mil soldados americanos se encontram no território sírio, sendo a maioria integrantes das forças especiais que apoiam as FDS nas operações de combate e treinamento

Agência Estado
postado em 20/12/2018 10:19

(FILES) In this file photo taken on March 05, 2017 A convoy of US forces armoured vehicles drives near the village of Yalanli, on the western outskirts of the northern Syrian city of Manbij. The United States is preparing to withdraw its troops from Syria, US media reported on December 19, 2018, a major move that throws into question America's role in the region.

A retirada das tropas americanas da Síria permitirá que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) se reconstrua, alertaram nesta quinta-feira (20/12) as Forças Democráticas Sírias (FDS). "Terá um impacto negativo na campanha antiterrorista", declarou em um comunicado a coalizão curdo-árabe que combate militarmente os extremistas.


"Isso oferecerá ao terrorismo" uma "oportunidade de se recuperar e lançar uma nova campanha na região". As FDS, junto à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, seguem combatendo os jihadistas do EI em suas últimas áreas de resistência no leste da Síria, perto da fronteira com o Iraque.

Atualmente, cerca de 2 mil soldados americanos se encontram no território sírio, sendo a maioria integrantes das forças especiais que apoiam as FDS nas operações de combate e treinamento.

Ao contrário do afirmado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao anunciar a retirada unilateral de suas tropas no país, o EI ainda não foi vencido na Síria, disse o Ministério britânico das Relações Exteriores.

"A coalizão internacional contra o Daesh (sigla árabe para EI) fez enormes progressos", afirmou a chancelaria em um comunicado divulgado na noite de quarta-feira. "Desde o início das operações militares, a coalizão e seus sócios na Síria e no Iraque retomaram grande parte do território do Daesh e foram registrados importantes avanços nos últimos dias na última zona do leste da Síria ocupada pelo Daesh", reconheceu.

O órgão, porém, destacou que "resta muito a ser feito e não podemos perder de vista a ameaça que representam. Inclusive sem território, o Daesh continua sendo uma ameaça".

O Reino Unido, que participa dos bombardeios aéreos realizados pela coalizão, permanece "comprometido com a coalizão internacional e sua campanha para privar o Daesh de todo território e garantir uma derrota duradoura".

Provocando surpresa, Trump afirmou na quarta-feira, 19, que chegou a hora de devolver "para casa" os soldados americanos enviados à Síria para combater o EI. Segundo o jornal britânico The Times, Londres não foi informado previamente sobre a decisão do líder americano.

Apesar do anúncio, a França, destacou que vai manter sua presença militar na Síria, segundo declaração da ministra de Assuntos Europeus, Nathalie Loiseau. "Por enquanto, continuamos na Síria", disse ela à emissora francesa CNEWS.

"O Daesh não foi varrido do mapa, tampouco as suas raízes", afirmou a ministra em sua conta no Twitter. "Temos de vencer militarmente e de forma definitiva os últimos bolsões desta organização terrorista", continuou, antes de reconhecer que, no entanto, o "Daesh está mais fraco do que nunca", após "perder mais de 90% de seu território".

A decisão dos EUA "nos faz refletir ainda mais sobre a necessidade de ter uma autonomia de decisão, uma autonomia de estratégia na Europa", e "isso mostra que podemos ter prioridades diferentes" das de Washington, ressaltou a ministra. A França também faz parte da coalizão. (Com agências internacionais).

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