Agência France-Presse
postado em 20/12/2018 16:30
Washington, Estados Unidos - O governo de Donald Trump anunciou, nesta quinta-feira (20), que enviará para o México os imigrantes em situação ilegal que cruzarem a fronteira sul, enquanto a Justiça estiver trabalhando nos respectivos casos.
Segundo o governo, o objetivo é evitar que "desapareçam" em solo americano.
"Imigrantes que tentarem burlar o sistema para entrar no nosso país ilegalmente não poderão desaparecer nos Estados Unidos, onde muitos evitam as audiências judiciais", às quais devem comparecer para acompanhar seus casos de pedido de refúgio, anunciou a secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen.
"Eles vão esperar pela decisão de uma corte migratória no México. (A política de) ;Prender e soltar; será substituída pela de ;prender e devolver;", disse Nielsen, em um comunicado.
O anúncio é feito no contexto do fracasso dos esforços do governo Trump para deter uma onda migratória - fundamentalmente de centro-americanos - que busca entrar nos Estados Unidos.
No último ano, muitos conseguiram atravessar a fronteira para pedir asilo, forçando os Estados Unidos a analisar seus casos, algo que pode levar meses ou anos. Por esta razão, os migrantes são libertados.
Trump ordenou recentemente que os pedidos de asilo de migrantes da América Central - principalmente da Guatemala, Honduras e El Salvador - sejam automaticamente negados.
Mas os tribunais aceitaram queixas questionando a legalidade dessa ordem executiva, causando seu bloqueio.
Nielsen afirmou que a decisão de quinta-feira vai reduzir a migração ilegal "ao retirar um dos principais incentivos para que as pessoas se lancem na perigosa viagem aos Estados Unidos".
"Isso também nos permitirá concentrar a atenção naqueles que estão realmente fugindo da perseguição" das violentas gangues da América Central.
Nielsen afirmou que o governo mexicano, que agora será forçado a lidar com o problema dos migrantes, já foi informado da decisão.
"Em resposta, o México tomou a decisão independente de implementar medidas essenciais do seu lado da fronteira", acrescentou.
"Esperamos que os migrantes afetados recebam vistos humanitários para permanecer em solo mexicano, se candidatar a empregos e receber outras proteções enquanto aguardam uma decisão legal dos Estados Unidos", disse ele.