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Indiana dá à luz durante suicídio por enforcamento

Recém-nascido foi descoberto preso pelo cordão umbilical quase rente ao chão

Agência France-Presse
postado em 21/12/2018 15:14
Vista de Katni, distrito de Madhya Pradesh, na Índia, onde a mulher se enforcou
Uma indiana deu à luz um bebê vivo, enquanto se suicidava, enforcando-se, em uma cidade do centro do país - anunciou a polícia local nesta sexta-feira (21/12). O recém-nascido, um menino, foi descoberto na quinta-feira pelas forças de segurança, preso pelo cordão umbilical quase rente ao chão, na localidade de Katni (Madhya Pradesh, centro), enquanto o corpo da mãe jazia pendurado em um poste.Continua depois da publicidade

Alertada pelo marido, um agricultor, a polícia chegou ao local e não se deu conta, de imediato, que a mulher de 36 anos tinha acabado de parir. Foi um dos agentes que viu o bebê, enfim, entre as pernas da mulher já morta. "Estava vivo. Lavamos o bebê, nós o cobrimos com uma manta e esperamos que o socorro médico chegasse", declarou à AFP Kavita Sahni, a policial que estava no local.

O bebê foi hospitalizado e se encontra em situação estável. A polícia investiga as razões que levaram a mulher ao suicídio. "Ao se enforcar, muitos hormônios de estresse foram liberados, o que facilitou que desse à luz. Limitou-se a expulsar o bebê vivo. Deve ter nascido em alguns segundos, enquanto a mulher se enforcava", explicou à AFP Anshu Jindal, uma ginecologista indiana.

"Não se pode dar à luz quando uma mulher está morta. É preciso que o sangue circule", acrescentou. O suicídio é um fenômeno devastador entre as mulheres indianas, que representam 36% das mulheres suicidas em todo mundo, segundo estudo científico publicado recentemente pela revista "The Lancet".

Entre os fatores invocados para explicar esses índices anormalmente altos de suicídios, os pesquisadores citam "os casamentos precoces e de conveniência, uma maternidade jovem, um status social baixo e a violência doméstica". Segundo dados do governo, 133 mil indianos se suicidaram em 2016. O estudo divulgado no "Lancet" considera esse número subestimado e fala em pelo menos 237 mil suicídios.

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