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Polícia prende dois suspeitos por voo de drones em aeroporto de Londres

Os responsáveis pelos voos dos drones podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas elevadas

Duas pessoas foram detidas por suposto envolvimento no "uso criminoso de drones" no Aeroporto de Gatwick, em Londres, informou a polícia neste sábado (22/12), após três dias de perturbações que fizeram milhares de pessoas perderem seus voos.

"Com base em nossas investigações pelo uso criminoso de drones, o que alterou seriamente os voos de saída e chegada do Aeroporto de Gatwick, a polícia de Sussex realizou duas prisões por volta das 22h00 [local e GMT] de 21 de dezembro", informou o superintendente da polícia James Collis.

Os drones foram vistos pela primeira vez voando em torno de Gatwick, o segundo aeroporto do Reino Unido, na quarta-feira (19/12), o que obrigou o fechamento da pista e provocou o caos para mais de 120 mil pessoas a poucos dias do Natal.

Segundo o comunicado da polícia, a investigação segue em andamento e os agentes usam "um leque de táticas" para "detectar e impedir novas incursões de drones". "Seguimos pedindo à população e aos passageiros na região de Gatwick a fiquem atentos e nos ajudem comunicando imediatamente qualquer informação que possa nos auxiliar".

Os responsáveis pelos voos dos drones podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas elevadas.

O aeroporto londrino voltou a operar nesta sexta-feira, apesar da última aparição de um drone, às 17h10 GMT (15h10 de Brasília), o que provocou uma breve suspensão dos voos.

O aeroporto reabriu a sua única pista pela manhã, depois de ficar paralisado por quase 36 horas devido à presença insistente de drones de origem desconhecida, um incidente "sem precedentes", segundo o governo.

Embora os misteriosos drones não tenham sido interceptados, a reabertura foi possível graças às "medidas" para mitigar a ameaça, em colaboração com a polícia e o exército, explicou à BBC o diretor de operações da Gatwick, Chris Woodroofe, sem dar mais detalhes.

O exército usou tecnologia de ponta para procurar os dispositivos. Em um comunicado, a polícia em Sussex, o condado onde fica o aeroporto, disse que eles "aplicaram recursos significativos para procurar e localizar o drone". Anteriormente, ele indicou que as forças de segurança "aumentaram significativamente" sua presença no local.

Hipótese ;ecologista;

A polícia tinha considerado abater os drones, uma possibilidade descartada pelas autoridades em um primeiro momento.

Gatwick foi fechado na quarta-feira às 21h00 GMT (19h00 de Brasília) quando dois drones foram observados sobrevoando a área da pista. O local foi reaberto por alguns minutos durante a noite e voltou a fechar às 3h45 GMT (1h45 de Brasília), quando os drones foram novamente detectados. No total, os drones foram observados 50 vezes em 24 horas.

O diretor-geral do aeroporto, Stewart Wingate, denunciou uma "atividade muito direcionada com o objetivo de fechar o aeroporto e causar o maior número de distúrbios pouco antes do Natal".

A polícia afirmou que este foi um "ato deliberado que busca perturbar o funcionamento do aeroporto", mas ressaltou que "não há absolutamente nenhuma evidência que sugira um vínculo terrorista".

Woodroofe disse à BBC que "uma das hipóteses neste estágio é a de uma ação ambientalista".

Diante desse caos em Gatwick, o governo foi criticado por não fazer o suficiente para proteger os aeroportos. "Vamos ter que aprender muito rapidamente o que aconteceu", disse o ministro dos Transportes, Chris Gralying, à BBC.

"Trabalhamos com fabricantes de drones em soluções técnicas, como geolocalização", disse a secretária de Transporte, Elizabeth Sugg. Segundo ela, essa técnica permitiria, graças aos dados dos dispositivos, impedir que sobrevoassem certas áreas, como aeroportos ou prisões.

A legislação britânica estipula que drones não podem ser utilizados a menos de um quilômetro de um aeroporto e que não podem superar uma altitude de 122 metros.