Agência Estado
postado em 26/12/2018 08:30
Homens armados invadiram um edifício do governo em Cabul, capital do Afeganistão, fazendo civis como reféns enquanto trocavam tiros com soldados afegãos. Pelo menos 43 pessoas morreram, e 25 ficaram feridas. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque, que durou sete horas.
A ação teve início na segunda-feira, 24, quando um homem-bomba explodiu um carro do lado de fora do Ministério de Obras Públicas. As forças afegãs mataram três homens e liberaram mais de 350 pessoas que estavam no local, disse o porta-voz adjunto do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi. Um quarto homem morreu na explosão do carro, segundo Rahimi.
Tropas americanas
O ataque aconteceu em meio ao processo de retirada de tropas americanas Oriente Médio e da Ásia Central. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai retirar 7 mil dos 14 mil militares presentes no Afeganistão. Atualmente, os soldados dos Estados Unidos representam o maior contingente da missão da Otan de apoio às forças afegãs e em operações de combate ao terrorismo.
O anúncio de retirada das tropas aconteceu depois de meses de esforços para reativar as negociações de paz com os Talebans. Na última semana, os Emirados Árabes Unidos afirmaram que as conversas de reconciliação entre Estados Unidos e representantes do Taleban afegãos, em Abu Dabi, haviam chegado a resultados positivos e concretos.
Nas circunstâncias corretas, a diminuição do número de soldados americanos no Afeganistão poderia ser um sinal positivo para as negociações de paz, uma forma de mostrar ao Taleban que os Estados Unidos estão comprometidos em fazer concessões pelo acordo. Mas do jeito que foi anunciada, a retirada foi interpretada pelo Afeganistão como uma traição e pode ter consequências negativas.
Quanto à retirada de dois mil soldados americanos da Síria, o Pentágono iniciou formalmente o processo no domingo, 23, pois Trump considera que a guerra contra o Estado Islâmico foi vencida. No Twitter, o líder americano disse que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assegurou que erradicaria qualquer combatente que houvesse sobrado do Estado Islâmico na Síria. (Com agências internacionais).