"Se os Estados Unidos não cumprirem a promessa que fizeram diante de todo o mundo [...] e insistirem nas sanções e em pressionar nossa república, não teremos outra opção senão considerar uma nova forma de salvaguardar nosso país, sua soberania e nossos interesses", afirmou.
Kim se referia a seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em junho, em Singapura, quando disse que realizaram "conversas frutíferas" e "trocaram idéias construtivas".
Na ocasião, os dois líderes assinaram uma vaga promessa sobre a desnuclearização da península coreana, mas desde então não houve grandes avanços, já que Pyongyang e Washington estão discutindo o significado dessa proposta.
A Coréia do Norte está sujeita a vários pacotes de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas para seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos, depois de ter realizado seis testes atômicos e lançado foguetes capazes de atingir qualquer ponto no território continental dos Estados Unidos.
"Estou disposto a me sentar novamente com o presidente dos Estados Unidos a qualquer momento no futuro e farei todos os esforços para obter um resultado que seja bem recebido pela comunidade internacional", disse Kim em sua mensagem, transmitida pela televisão estatal.
O líder norte-coreano também disse que os Estados Unidos e a Coreia do Sul não deveriam continuar a realizar exercícios militares conjuntos e considerou que esses testes são "uma fonte de tensão".
"Não deve ser permitido trazer equipamentos de guerra, incluindo os ativos estratégicos de potências estrangeiras", acrescentou.
Seul e Washington têm uma aliança de segurança e os Estados Unidos têm 28.500 soldados posionados na Coréia do Sul para protegê-la de seu vizinho do norte.
No domingo, Jong Un prometeu encontrar-se mais com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae, em 2019 para discutir a desnuclearização da península em uma carta rara enviada a Seul, segundo informou o gabinete de Moon.
O líder do norte-coreano encontrou-se com a Moon três vezes em 2018- duas vezes na fronteira neutra de Panmunjom e uma vez na capital do Norte, Pyongyang - como um impulso de reconciliação.
Durante a visita de Moon a Pyongyang, em setembro, Kim prometeu fazer uma visita de retribuição à capital do Sul, Seul, "o mais rápido possível", o que levantou especulações de que isso poderia acontecer no fim deste ano.
Mas a tão esperada viagem ainda não se materializou, o que deixou o jovem governante se sentindo "muito arrependimento", segundo a carta de Kim enviada para marcar o fim do ano, disse o porta-voz de Moon.
O líder do Norte "expressou forte determinação em visitar Seul", afirmou o porta-voz sul-coraeno Kim Eui-kyeom aos jornalistas. Kim Jong Un também "expressou sua intenção de encontrar-se com Moon mais frequentemente em 2019" para buscar a paz e "resolver a questão da desnuclearização da península", disse o porta-voz.
Os dois vizinhos tecnicamente permanecem em guerra depois que a Guerra da Coréia de 1950-53 terminou com um cessar-fogo invés de um tratado de paz.