Agência Estado
postado em 05/01/2019 11:02
Foi criada neste sábado a Igreja Ortodoxa da Ucrânia na Turquia, formalizando uma cisão com a Igreja Ortodoxa da Rússia, à qual estava ligada desde 1686.
O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, assinou os "tomos" (decretos) em Istambul diante de clérigos e do presidente ucraniano Petro Poroshenko.
Isso faz com que os clérigos ucranianos tenham de escolher entre a igreja apoiada por Moscou e a nova igreja, conforme a disputa entre forças do governo e rebeldes apoiados pela Rússia continua se arrastando no leste da Ucrânia.
"A devota população ucraniana tem esperado por este dia abençoado por sete séculos completos", afirmou Bartolomeu I em seu discurso.
O patriarca, considerado "primeiro entre iguais" no Cristianismo Ortodoxo, disse que os ucranianos podem, agora, desfrutar do "presente sagrado da emancipação, independência e autogoverno, libertando-se de toda intervenção externa".
Poroshenko agradeceu Bartolomeu I "pela coragem de tomar essa decisão histórica" e disse que "entre as 15 estrelas das igrejas Ortodoxa do mundo, uma estrela ucraniana apareceu", referindo-se ao número atualizado de igrejas que não respondem a uma autoridade externa.
No mês passado, líderes Ortodoxos Ucranianos aprovaram a criação de uma nova e unificada igreja, separada do Patriarcado de Moscou.
Em outubro, a decisão de Bartolomeu I de conceder à igreja ucraniana autocefalia, ou independência, enfureceu Moscou, e a igreja russa estreitou laços com Istambul, centro do mundo Ortodoxo.
Kiev tem feito pressão por uma igreja livre da influência de Moscou, pedido que se intensificou após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Presidente desde aquele ano, Poroshenko defende a criação da igreja enquanto faz campanha para as eleições de 31 de março. Apesar da igreja não fazer parte do Estado formalmente, está ligada de perto. Fonte: Associated Press.