Agência France-Presse
postado em 14/01/2019 18:16
Montevidéu, Uruguai - O governo do Uruguai, próximo a Caracas, expressou a sua "profunda preocupação" nesta segunda-feira (14/1) pela breve detenção do presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, no domingo, em um comunicado oficial divulgado pela Chancelaria local. "O governo da República Oriental do Uruguai manifesta a sua profunda preocupação diante dos atos de amedrontação realizados ontem contra o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento da Venezuela), Juan Guaidó, por parte de efetivos do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional", sustentou a nota de Montevidéu, um dos poucos governos latino-americanos a enviar representantes à posse de Nicolás Maduro na semana passada.
"Sem prejuízo da rápida resolução do incidente, episódios como este não contribuem para gerar o clima essencial de respeito para superar a grave crise institucional que a Venezuela atravessa, mediante um amplo diálogo nacional, inclusivo e respeitoso que contribua para alcançar um acordo entre todos os atores políticos e sociais", expressou a administração do esquerdista Tabaré Vázquez, chamando ao diálogo, como tem sido a sua postura em relação à Venezuela. O Uruguai se juntou, assim, ao grupo de países que condenou a detenção de Guaidó.
Ontem, com a exceção do México, o Grupo de Lima condenou a detenção e expressou em um comunicado seu "mais contundente repúdio a qualquer ação que afete a integridade física" dos deputados e "o pleno exercício" das competências do Parlamento.
O secretário geral da Organização de Estados Americanos(OEA), Luis Almagro, repudiou a prisão em sua conta no Twitter: "Absoluta condenação e rejeição ao sequestro do presidente interino da #Venezuela @jguaido. A comunidade internacional deve parar os crimes de Maduro e seus capangas".
"Este episódio, que atenta contra las liberdades civis e políticas dos Venezuelanos, neste caso na pessoa do Presidente da Assembleia Nacional (AN), ratifica a imperiosa necessidade de restabelecer na Venezuela a ordem democrática e o respeito aos direitos humanos", assegurou o governo argentino, em um comunicado. Enquanto isso, o Chile condenou a detenção, que qualificou como um "amedrontamento".
Guaidó foi detido no domingo durante quase uma hora pelo Serviço de Inteligência venezuelano um dia depois que o Parlamento de maioria opositora declarou Maduro como "usurpador" por assumir um novo mandato, conquistado em eleições não reconhecidas pela oposição e por boa parte da comunidade internacional.