Agência Estado
postado em 15/01/2019 18:17
No seu último pronunciamento ao Parlamento do Reino Unido antes do voto decisivo sobre o acordo do Brexit, que acabou derrotado por 432 votos a 202, a primeira-ministra Theresa May insistiu que não existe um tratado alternativo com a União Europeia diferente do que ela negociou.
Buscando desconstruir os principais clamores de opositores e aliados em contraponto à sua proposta de acordo, a líder do Partido Conservador voltou a argumentar que um votar "não" nesta terça-feira seria "votar na incerteza e na divisão" que viria de uma separação sem acordo ou de um cancelamento do Brexit.
Além disso, reiterou que não ter um 'backstop' irlandês - como é chamado o mecanismo emergencial que cria temporariamente um território aduaneiro comum entre o Reino Unido e a União Europeia para eliminar a necessidade de controles alfandegários na fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte - significa, "agora e sempre", não ter qualquer tipo de acordo com Bruxelas.
Ela classificou a votação desta noite como a "mais significativa" das carreiras políticas dos políticos britânicos, e chegou a prometer que envolveria mais o Parlamento nas negociações com a UE se o acordo tivesse sido aprovado.
Em relação ao pleito do líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, pela convocação de eleições gerais, May alegou que elas não mudariam as escolhas que o Reino Unido tem de enfrentar no Brexit.
Para a premiê, o acordo que ela propôs criaria a parceria econômica mais ambiciosa que a UE já teve com um país de fora do bloco.
"Embora não tenha sido esmagadora, a vitória do Brexit no plebiscito foi decisiva", defendeu. "E não acredito que o povo britânico tenha votado a favor de um Brexit sem acordo."
May disse acreditar que o governo e o Parlamento têm o "deve" de entregar a decisão democrática do povo britânico. "Foi um processo democrático que nos trouxe até este momento."