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Papa se encontra com jovens detentos no Panamá

Desde que chegou ao Panamá no dia 23, o pontífice tem falado sobre os grandes males que afetam a América Central, de onde procedem boa parte dos 200.000 jovens que participam da JMJ

Agência France-Presse
postado em 25/01/2019 11:40
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O papa Francisco ouvirá a confissão de menores presos nesta sexta-feira (25/1), o dia mais emotivo de sua visita ao Panamá, depois de falar sobre os grandes males que afetam a América Latina.
Um dia depois de seu primeiro grande encontro com os fiéis, antes da cerimônia de abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o pontífice terá um momento especial em sua agenda com um encontro com menores detentos, em sua maioria condenados por roubo e homicídio.

O programa inclui uma liturgia penitencial, ou seja, um momento para a confissão em uma prisão. A unidade fica ao noroeste da capital panamenha e tem 192 detentos. Os reclusos prepararam diversas atividades para receber o pontífice e oferecerão presentes, como quadros e objetos de artesanato.

Francisco ouvirá o testemunho de um detento e pronunciará uma homilia, um gesto para defender o direito de reintegração da pessoa, de uma segunda chance, um dos temas centrais de seu pontificado. O encontro pretende enviar a mensagem de reconciliação e paz aos menores de um país abalado pela violência das gangues de jovens.

Desde que chegou ao Panamá no dia 23, o pontífice tem falado sobre os grandes males que afetam a América Central, de onde procedem boa parte dos 200.000 jovens que participam da JMJ.

Diante das autoridades do país, o papa condenou os feminicídios e a ação de "grupos armados e criminosos", assim como o "tráfico de drogas e a exploração sexual de menores e de não tão menores", que agravam o êxodo de jovens.

Em uma mensagem divulgada por seu porta-voz, Francisco evitou falar sobre a tensão na Venezuela depois que o presidente do Parlamento do país, o opositor Juan Guaidó, se autoproclamou presidente da nação e foi reconhecido pelos Estados Unidos e outros 12 governos da região, como Brasil, Argentina e Colômbia.

O Vaticano mantém assim a cautela, apesar da liderança da Igreja local expressar muitas críticas ao governo de Nicolás Maduro, e opta ao que parece por apoiar uma solução baseada no diálogo.

Marginalizados

Em sua linha de apoio aos marginalizados da sociedade, o pontífice programou para domingo outro gesto importante: uma visita ao Lar Bom Samaritano, que abriga vítimas da aids e deficientes.

A sexta-feira terminará com uma Via Crucis que o pontífice presidirá com jovens de todo o mundo e na qual serão discutidas as 14 estações do calvário de Jesus Cristo.

Durante a cerimônia será utilizada a mesma cruz que percorre o mundo desde que João Paulo II criou a JMJ há quase 30 anos.

No sábado, após uma missa na Catedral Santa Maria a Antigua, almoçará com jovens e durante a noite vai liderar uma vigília ao ar livre no Campo São João Paulo II, um complexo próximo ao mar que pode receber 700.000 pessoas.
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