Agência France-Presse
postado em 28/01/2019 21:02
Washington, Estados Unidos - Os Estados Unidos impulsionaram nesta segunda-feira (28/1) sanções contra a estatal petroleira venezuelana, PDVSA, aumentando a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, não reconhecido pela oposição e por Washington, assim como por boa parte da comunidade internacional.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que as sanções impedem Maduro de desviar ativos da Venezuela até que o poder possa ser transferido a um governo de transição ou a um novo governo eleito democraticamente.
Mnuchin esclareceu no entanto que a filial da PDVSA nos Estados Unidos, a Citgo, poderá manter suas operações, desde que seus lucros sejam depositados em uma conta bloqueada nos Estados Unidos.
"Os Estados Unidos estão responsabilizando os autores da trágica queda da Venezuela", disse Mnuchin em coletiva de imprensa na Casa Branca.
O presidente americano Donald Trump reconheceu na semana passada ao autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, após o qual Maduro rompeu relações com Washington.
Guaidó, chefe do Parlamento de maioria opositora, se autoproclamou depois que o Legislativo declarou Maduro "usurpador" por iniciar em 10 de janeiro um segundo mandato que considera ilegítimo por ser resultado de eleições "fraudulentas".
"Fazemos um pedido a nossos aliados e sócios para que se unam aos Estados Unidos em reconhecer o presidente interino Guaidó e em impedir que Maduro possa acessar os fundos", disse Mnuchin.
O secretário do Tesouro enfatizou que essas sanções à PDVSA "ajudarão a evitar que Maduro desvie os ativos da Venezuela e os conserve para o povo da Venezuela".
Mnuchin disse que os Estados Unidos emitiram licenças temporárias para garantir que as refinarias de Estados Unidos, Caribe e Europa que dependem do petróleo venezuelano possam continuar comprando da PDVSA, mas disse que muitas já tinham tomado medidas para buscar outras fontes.
"O caminho para o alívio das sanções para a PDVSA é através da transferência expedita de seu controle ao presidente interino ou a um governo posterior, eleito democraticamente", afirmou Mnuchin.
Pouco antes, de Caracas, Guaidó anunciou que assumiu o controle dos ativos da Venezuela no exterior, para evitar que Maduro fique com todos os recursos em uma eventual saída do poder.