Agência France-Presse
postado em 29/01/2019 08:13
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, confirmou na segunda-feira (28/1) que dialogou com o presidente americano, Donald Trump, sobre a crise em seu país, na qual conta com o firme apoio de Washington.
"Sim, conversamos com o presidente (Trump), assim como com outros presidentes da região e do mundo", disse Guaidó, presidente do Parlamento de maioria opositora, em entrevista ao canal CNN em Espanhol.
Trump foi o primeiro governante a reconhecer Guaidó, que na quarta-feira passada se autoproclamou presidente, alegando que a Constituição facultava a medida para preencher o vazio de poder provocado pelo fato de o presidente Nicolás Maduro ter iniciado um segundo mandato de forma "ilegítima".
"Tive conversas não apenas com o Executivo dos Estados Unidos", disse o deputado, que também revelou diálogos com os presidentes Iván Duque (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile), Mauricio Macri (Argentina) e com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, entre outros.
Vários governos da América Latina reconheceram Guaidó e a tese de que Maduro foi reeleito com fraude em maio de 2018, motivo pelo qual não deveria ter tomado posse em 10 de janeiro.
Maduro denuncia o anúncio de Guaidó como um "golpe de Estado" liderado pela Casa Branca, que acusa de desejar solucionar o conflito político venezuelano pela via militar.
O deputado opositor afirmou não ter informações sobre notas que John Bulton, conselheiro de Segurança Nacional de Trump, deixou a imprensa observar na segunda-feira em um aparente descuido durante uma entrevista coletiva em Washington. Era possível ler nas anotações "5.000 soldados na Colômbia".
"Não tenho informações (...) mas claramente estamos em uma situação bem complexa hoje na Venezuela", disse Guaidó.
Ele acrescentou que o desejo da oposição é "sair rapidamente da crise, com ferramentas da Venezuela", para o que estão sendo feitos "grandes esforços votando, protestando, construindo maiorias".
"O importante é o grande esforço e o reconhecimento de todos os países do mundo a este sacrifício venezuelano, a esta vontade de seguir adiante e ao resgate da democracia", completou.