Agência France-Presse
postado em 30/01/2019 08:52
Detido no Japão por fraude financeira, o ex-presidente da Renault Carlos Ghosn denunciou um complô e uma traição dos executivos da Nissan opostos à integração do fabricante automotivo francês com seus aliados japoneses, em declarações ao jornal econômico japonês Nikkei.
Esta entrevista de Ghosn, a primeira desde sua detenção em 19 de novembro, foi dada na prisão onde ele está detido. Ghosn rejeitou as acusações de que seus 19 anos à frente do grupo foram uma ditadura. "Traduziram liderança forte como ditadura, deformando a realidade para se livrar de mim", disse Ghosn.
"O projeto de integrar" Renault, Nissan e Mitsubishi Motors havia sido discutido com o presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, em setembro de 2018, indicou Ghosn, o executivo franco-brasileiro-libanês de 64 anos.
A Nissan reagiu imediatamente às declarações de Ghosn, dizendo que Saikawa já havia "categoricamente rejeitado a noção de ;golpe de estado;".
A investigação secreta realizada em 2018 revelou provas significativas e convincentes de malversações, acrescentou a Nissan em uma declaração à AFP.
Carlos Ghosn foi acusado pela Justiça de cometer abuso de confiança e de omitir parte de sua renda entre 2010 e 2018. Em 8 de janeiro, em seu único comparecimento diante de um tribunal, Ghosn rejeitou as acusações.