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Países europeus criam mecanismo comercial com Irã sem usar o dólar

Alemanha, França e Reino Unido estabeleceram oficialmente um mecanismo europeu para facilitar as transações comerciais com o Irã sem utilizar o dólar

A Alemanha, França e Reino Unido estabeleceram oficialmente um mecanismo europeu para facilitar as transações comerciais com o Irã sem utilizar o dólar e assim contornar as sanções dos Estados Unidos, informaram dois diplomatas europeus nesta quinta-feira, 31.


Há meses a União Europeia vem preparando o sistema, na verdade, uma câmara de compensação para evitar transferências monetárias em dólar entre o bloco e o Irã, mas ela não deve se tornar operacional tão cedo em razão dos detalhes técnicos.

O sistema, um "veículo para finalidades especiais (SPV, na sigla em inglês)", recebeu o nome de Instex (Instrument in Support of Trade Exchanges, ou Instumento de Apoio a Trocas Comerciais).

A ideia é que o mecanismo ajude a preservar os benefícios econômicos para o Irã derivados do levantamento das sanções impostas ao programa nuclear do país após o acordo de 2015 com as potências mundiais. A Europa tem procurado demonstrar boa fé em relação ao Irã desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo no ano passado.

"Este é um passo importante e um sinal político da E3 (Alemanha, França e Inglaterra), que se sente obrigado a defender o acordo nuclear com o Irã, desde que o Irã cumpra todas as suas obrigações estabelecidas no tratado", disseram fontes do governo alemão à Deutsche Welle, rede pública de notícias da Alemanha.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã disse à televisão estatal que foi "um primeiro passo dado pelo lado europeu; Esperamos que abranja todos os bens e itens".

Inicialmente, o canal deverá ser usado apenas para vender alimentos, medicamentos e itens médicos no Irã.

A alta representante de Política Externa da UE, Federica Mogherini, assegurou que Bruxelas apoia o mecanismo e dá boas-vindas a ele, que permitirá que se continue o "comércio legítimo com o Irã", como está previsto no acordo com Teerã.

Os EUA, por sua vez, informaram que não esperam que o SPV afete a campanha de "pressão econômica máxima" contra Teerã impulsionada pela Casa Branca, segundo declarou uma fonte do Departamento de Estado. No entanto, segundo a fonte, o governo americano está acompanhado cuidadosamente as notícias sobre o SPV. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS