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Ataque do Boko Haram deixa ao menos 60 mortos na Nigéria

Depois do ataque, "toda a população" de Rann continua refém do pânico e houve tentativas de fuga em massa, indica o Comitê da Cruz Vermelha

Agência France-Presse
postado em 01/02/2019 18:06
Desde julho passado, o Boko Haram parece se concentrar em ataques contra bases militares para tomar armas e material bélico
Lagos, Nigéria - O ataque que o grupo nigeriano Boko Haram protagonizou esta semana na cidade de Rann deixou ao menos 60 mortos, informou a Anistia Internacional (AI), apoiando-se em uma investigação realizada na região.

"Por volta das 9 da manhã de 28 de janeiro, um grupo de combatentes do Boko Haram chegou em motos e incendiou a cidade", informou a entidade em nota oficial.

Segundo a AI, estes combatentes "perseguiram os civis que tentavam fugir (...) Onze corpos foram encontrados na área urbana e outros 49 nas proximidades".

Rann se tornou inacessível por razões de segurança, mesmo para o pessoal humanitário e é extremamente difícil obter informações confiáveis na região.

No entanto, em imagens de satélite do centro CNES/Airbus, assim como do centro europeu de vigilância Copernicus, é possível ver partes da cidade - onde se concentram dezenas de milhares de refugiados - parcialmente destruídas pelas chamas.

Depois do ataque, "toda a população" de Rann continua refém do pânico e houve tentativas de fuga em massa, indica o Comitê da Cruz Vermelha.

Mais de 3.000 pessoas chegaram recentemente ao Camarões e contaram que Rann está sob o controle do Boko Haram. Soldados da Nigéria e do Camarões também teriam fugido do local.

Desde julho passado, o Boko Haram parece se concentrar em ataques contra bases militares para tomar armas e material bélico.

O presidente Muhammadu Buhari, eleito em 2015 com a promessa de erradicar o grupo, é candidato à reeleição no pleito previsto para 16 de de fevereiro, embora o saldo de segurança de sua gestão seja fortemente criticado.

A insurreição do Boko Haram já matou 27.000 pessoas desde 2009 e o deslocamento forçado de cerca de 1,7 milhão de nigerianos.

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