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Incêndio aparentemente criminoso deixa 10 mortos em prédio de Paris

Descrito como uma 'cena de violência incrível', as chamas deixaram 10 mortos e 30 feridos, incluindo seis bombeiros

Agência France-Presse
postado em 05/02/2019 17:53
O incêndio começou por volta de 1H00 (22h00 de Brasília, segunda-feira) e foi controlado por quase 200 bombeiros após mais de cinco horas de trabalho
Paris, França - Dez pessoas morreram e 30 ficaram feridas na madrugada desta terça-feira (5) em um incêndio em um prédio de Paris que pode ter sido criminoso, segundo autoridades, que anunciaram a detenção de uma mulher.

O incêndio em um dos últimos andares do edifício de oito pisos, situado no XVI distrito de Paris, uma área nobre da cidade, foi um dos mais letais na capital francesa nos últimos anos.

Descrito como uma "cena de violência incrível", as chamas deixaram 10 mortos e 30 feridos, incluindo seis bombeiros.

As fotografias do corpo de bombeiros mostram as chamas nas janelas dos últimos andares do imóvel e os oficiais subindo as escadas para resgatar os moradores aterrorizados.

"Uma pessoa que mora no edifício foi detida. Uma mulher de 40 anos, que já teve problemas psicológicos", afirmou o procurador de Paris, Rémy Heitz.

Uma investigação foi aberta por "destruição voluntária por meio de incêndio, com consequências fatais", disse o procurador.
Briga entre vizinhos
"A França acorda comovida", escreveu no Twitter o presidente Emmanuel Macron. "Nossos pensamentos estão com as vítimas", completou.

O incêndio começou por volta de 1H00 (22h00 de Brasília, segunda-feira) e foi controlado por quase 200 bombeiros após mais de cinco horas de trabalho. O edifício foi construído nos anos 1970.

"A princípio, pensamos que era uma briga. Ouvimos uma mulher gritar muito alto", disse à AFP um vizinho do local.

"Estava gritando, gritando e saímos. O edifício já estava em chamas", completou, antes de afirmar que os bombeiros só conseguiram iniciar o resgate com o uso da escada magirus.
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"Tinham caminhões, escadas grandes, mas não podiam fazer nada", acrescentou. "Só quando prolongaram as escadas puderam começar a operação de resgate, inclusive das pessoas que tinham se refugiado nas varandas dos edifícios vizinhos", disse.

As declarações do morador reforçam o rumor de que o incêndio começou após uma briga entre vizinhos.

A mulher suspeita de provocar o incêndio foi "detida alcoolizada, quando tentava incendiar um carro", informou à AFP uma fonte policial.

Ela havia brigado com um vizinho bombeiro e a Polícia teve que agir antes do fogo por causa de um conflito entre vizinhos, acrescentou outra fonte da Polícia.

"Deve ter incendiado minha casa para se vingar", contou o bombeiro à imprensa.

"A polícia será responsável por divulgar mais informações, mas é uma das possibilidades examinadas pelos investigadores", disse o vice-prefeito de Paris, Emmanuel Gregoire.

"Paris está de luto esta manhã. O balanço é terrível", afirmou no Twitter a prefeita da cidade, Anne Hidalgo.

A prefeita e o ministro do Interior, Christophe Castaner, eram aguardados na região, que fica próxima do Parque dos Príncipes - estádio do Paris Saint Germain -, do bosque de Boulogne e do clube de tênis Roland Garros

O capitão Clement Cognon disse à AFP que os bombeiros ainda precisam revisar os últimos andares do prédio.

"Tivemos que fazer diversos resgates, em particular de mais de 10 pessoas que estavam no telhado. No total, retiramos quase 50 pessoas", disse Cognon.

Dois edifícios próximos foram evacuados por precaução e funcionários municipais estão organizando um alojamento provisório.

Várias ruas do bairros foram fechadas por viaturas das polícia e caminhões dos bombeiros.

Este é o terceiro incêndio do tipo em Paris nos últimos três meses.

No fim de dezembro, duas mulheres e duas crianças morreram asfixiadas em um incêndio em uma torre de Bobigny, subúrbio da capital francesa.

No dia 12 de janeiro, uma explosão de gás provocou um incêndio no distrito IX de Paris, que deixou quatro mortos.

A tragédia desta terça-feira é a mais grave desde 2005, quando um incêndio em um prédio da capital deixou 17 mortos, incluindo 14 crianças.

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