Mundo

Milhares de haitianos protestam contra a inflação e a corrupção

Confrontos foram registrados em Porto Príncipe entre manifestantes mais radicais e policiais, que usaram gás lacrimogêneo e atiraram para o alto para tentar dispersar a multidão

Agência France-Presse
postado em 08/02/2019 08:57

Os manifestantes marcham pelas ruas de Porto Príncipe, em 7 de fevereiro de 2019. Manifestantes exigiram a renúncia do presidente do Haiti, Jovenel Moise, enquanto os manifestantes bloqueavam as ruas e acendiam pneus durante a passeata na capital haitiana. Os manifestantes também manifestaram contra o fundo Petrocaribe, como na semana passada um novo relatório sobre os gastos do fundo Petrocaribe foi apresentado.
RETAMAL DE HECTOR / AFP

Milhares de pessoas protestaram na quinta-feira na capital do Haiti e nas principais cidades do país contra a inflação galopante e para exigir a renúncia do presidente, Jovenel Mo;se. Ao menos duas pessoas morreram e 14 policiais ficaram feridos nos protestos.

Confrontos foram registrados em Porto Príncipe entre manifestantes mais radicais e policiais, que usaram gás lacrimogêneo e atiraram para o alto para tentar dispersar a multidão. Um grupo ateou fogo em vários veículos.

A polícia confirmou o balanço de dois manifestantes mortos e indicou que 14 agentes foram feridos, principalmente por lançamentos de pedras.

A economia haitiana, afetada por uma inflação superior a 15% durante dois anos, enfrenta uma acelerada desvalorização da moeda nacional, o gourde, em relação ao dólar, o que aumenta os preços dos produtos de primeira necessidade, majoritariamente importados.

Organizadas no aniversário do fim da ditadura de Duvalier, que aconteceu em 7 de fevereiro de 1986, as manifestações exigem o fortalecimento das instituições do Estado, contaminadas pela corrupção.

Na semana passada, o Tribunal Superior de Contas divulgou um relatório de auditoria sobre a calamitosa gestão e os possíveis desvios de recursos emprestados desde 2008 pela Venezuela ao Haiti para financiar o desenvolvimento econômico e social.

Quinze ex-ministros e altos funcionários foram citados no documento, assim como uma empresa que era dirigida na época pelo atual presidente, identificada como beneficiária de recursos para um projeto de construção de uma estrada sem a assinatura de qualquer contrato.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação