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Chile luta contra incêndios florestais no sul e inundações no norte

As chamas avançam por zonas rurais destruindo terrenos de grande riqueza para o ecossistema, mas longe dos grandes povoados

Agência France-Presse
postado em 08/02/2019 19:02
Entre janeiro e fevereiro de 2017, o Chile viveu um megaincêndio florestal que  deixou 11 falecidos, 1.500 casas e quase 500.000 hectares destruídos
Galvarino, La Araucanía , Chile - O Chile combate, nesta sexta-feira, incêndios florestais que há dias consomem milhares de hectares no sul, e ao mesmo tempo precisa enfrentar os danos provocados por inundações que ameaçam a produção das maiores jazidas de cobre situadas no norte do país.

Com as regiões de Biobío, La Araucanía e Los Ríos (sul) sob "Estado de Exceção Constitucional por Catástrofe" - mecanismo que permite destinar recursos econômicos e mobilizar efetivos militares na zona -, a tarefa dos socorristas florestais se concentrou, nesta sexta, em gerar caminhos que impeçam o avanço das chamas.

"Durante a última semana 13.000 hectares foram afetados. Em termos gerais a situação foi melhorando, mas não podemos perder o ímpeto" na luta contra o fogo, disse à AFP Rodrigo Pino Riquelme, chefe da operação implementada na zona de catástrofe.

O funcionário destacou a ajuda que os socorristas recebem da Corporação Florestal Nacional (Conaf) através de aeronaves, que lançam grandes quantidades de água nos focos de incêndio, facilitando a tarefa das equipes de emergência mobilizadas nas zonas extensas e com vegetação densa.

Em Galvarino, a 670 quilômetros de Santiago, região de La Araucanía, o combate ao fogo conta desde esta sexta com a ajuda de um potente avião americano com capacidade para lançar 36.000 litros de água e com alta tecnologia que permite definir com exatidão quais são os pontos de descarga mais eficazes.

As chamas avançam por zonas rurais destruindo terrenos de grande riqueza para o ecossistema, mas ainda longe dos grandes povoados.

Entre janeiro e fevereiro de 2017, o Chile viveu um megaincêndio florestal que afetou o centro-sul do país, deixando 11 falecidos, 1.500 casas e quase 500.000 hectares destruídos.

Pino Riquelme descartou que os incêndios atuais sejam comparáveis à situação de dois anos atrás, mas destacou que "o complicado agora é a simultaneidade" de focos, que torna necessária uma ampla mobilização em terreno.

Enquanto extensões verdes da Patagônia se transformam em cinzas, regiões do nortes atravessadas pelo deserto do Atacama - o mais árido do mundo - suportam fortes chuvas altiplânicas.

Torrentes de água deslizando por quebradas de Calama obrigaram a mineradora estatal Codelco, a maior produtora global de cobre, a deter de "forma preventiva" no fim da quinta-feira as operações na gigante mina Chuquicamata.

Em Calama "até as nove da manhã haviam caído 12 milímetros. O dobro dos 5,9 milímetros que se esperavam no ano na zona", disse à AFP Orlando Cortés, meteorologista da Direção Meteorológica do Chile.

As precipitações estivais, frequentes nesta época mas com escassa intensidade, afetam as regiões do extremo norte do Chile Arica y Paranicota, Tarapacá, Antofagasta e Atacama, gerando aumento e transbordamento no caudal do rio Loa.

A emergência provocou seis mortes em uma semana.

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