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Otan se prepara para um mundo sem tratado nuclear INF, diz Jens Stoltenberg

Após um ultimato, Washington confirmou no início de fevereiro a suspensão de sua participação no tratado nuclear sobre mísseis de alcance intermediário (INF), assinado em 1987 com a então URSS nos últimos anos da Guerra Fria

Agência France-Presse
postado em 12/02/2019 11:25

Otan se prepara para um mundo sem tratado nuclear INF, diz Jens Stoltenberg

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou nesta terça-feira (12/2) que se prepara para um mundo sem tratado INF, na véspera da primeira reunião da Aliança depois que Rússia e Estados Unidos suspenderam sua participação neste pacto nuclear.

"Estamos nos preparando para um mundo sem o tratado INF", afirmou Stoltenberg, antes de indicar que os ministros da Defesa dos 29 aliados discutirão os passos "para adaptar-se a um mundo com mais mísseis russos".

Após um ultimato, Washington confirmou no início de fevereiro a suspensão de sua participação no tratado nuclear sobre mísseis de alcance intermediário (INF), assinado em 1987 com a então URSS nos últimos anos da Guerra Fria.

O governo dos Estados Unidos, apoiado por seus aliados na Otan, acusa a Rússia de violar o tratado com seu sistema de mísseis 9M729. Moscou, que rejeita a acusação, seguiu o caminho de Washington e anunciou a suspensão de sua participação.

Isto aumentou a preocupação entre os aliados europeus, preocupados com a atitude da Rússia desde a anexação em 2014 da então península ucraniana da Crimeia e que consideram este pacto um pilar para sua segurança.

A Aliança Atlântica também discutirá sobre como manter uma dissuasão e defesa efetivas, completou o secretário-geral. Stoltenberg, no entanto, explicou que a organização não tem a intenção de instalar novos mísseis nucleares terrestres na Europa. "A Otan não quer uma nova corrida armamentista, porque isto não interessa a ninguém", disse o ex-primeiro-ministro da Noruega.

O Tratado INF de 1987, que aboliu o uso de mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km, encerrou a crise dos mísseis europeus na década de 1980, provocada pela presença de ogivas nucleares SS-20 soviéticas dirigidas a capitais ocidentais.

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