Mundo

Eurocâmara aprova texto da UE que controla investimentos chineses

O texto, de alcance limitado e adotado em um momento de preocupação com as atividades do grupo chinês de telecomunicações Huawei, busca reforçar a cooperação entre países, com o apoio da Comissão Europeia, quando investidores de terceiros países demonstram interesse por empresa europeias de setores sensíveis

Agência France-Presse
postado em 14/02/2019 10:33

Eurocâmara aprova dispositivo da UE controle dos investimentos chineses

A Eurocâmara aprovou nesta quinta-feira (14/2) um dispositivo europeu de controle de investimentos estrangeiros na União Europeia (UE), que pretende responder às incertezas dos grandes países sobre as aquisições, principalmente chinesas, em setores estratégicos.

O texto, de alcance limitado e adotado em um momento de preocupação com as atividades do grupo chinês de telecomunicações Huawei, busca reforçar a cooperação entre países, com o apoio da Comissão Europeia, quando investidores de terceiros países demonstram interesse por empresa europeias de setores sensíveis.

"Esta legislação é totalmente neutra e não discrimina, mas não escapa a ninguém (...) que há uma questão a respeito da China", afirmou a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstr;m.

França e Alemanha exigiam esta legislação para um controle mais efetivo de determinadas operações, preocupados com grupos estrangeiros, especialmente chineses, que adquirem a um preço menor e, na sua visão, de maneira injusta conhecimentos e tecnologias vitais ao comprar suas empresas.

Em 2016, Alemanha e UE permaneceram impotentes à transferência de tecnologia "made in Germany" durante a compra da fabricante alemã de robôs industriais Kuka pelo grupo chinês Midea por 4,6 bilhões de euros.

O autor do texto na Eurocâmara, Franck Proust (PPE), afirmou que com o instrumento, a Europa terá uma proteção melhor.

"A aquisição de infraestruturas, tecnologias ou interesses estratégicos se transforma em um objetivo político", disse.

Inteligência artificial, robótica, nanotecnologias, telecomunicações ou terras agrícolas estão entre os setores que podem ser afetados pelo novo dispositivo europeu.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação