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Guaidó arrecada US$ 100 mi em doações para ajuda humanitária

A prioridade é fazer com que as doações cheguem à Venezuela no dia 23, conforme vem anunciando Guaidó, que foi reconhecido por quase 50 países como presidente interino

Representantes do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, anunciaram na quinta-feira, 14, durante conferência da Organização dos Estados Americanos (OEA), ter arrecadado mais de US$ 100 milhões em ajuda humanitária para o povo venezuelano.


A prioridade é fazer com que as doações cheguem à Venezuela no dia 23, conforme vem anunciando Guaidó, que foi reconhecido por quase 50 países como presidente interino.

Segundo David Smolansky, um dos nomes de oposição e parte da delegação de Guaidó na OEA, vários países se comprometeram com doações e logística para apoiar a chegada de ajuda humanitária à Venezuela. Os mais de US$ 100 milhões representam a soma do que já havia sido anunciado por nações como EUA e Canadá e novos compromissos de doação, feitos hoje, segundo a delegação venezuelana.

"Arrecadamos US$ 100 milhões de dólares e isso demonstra a solidariedade para a luta democrática na Venezuela. Essa é uma pequena parte de tudo que podemos alcançar uma vez que acabe a usurpação (de poder por Nicolás Maduro)", afirmou o embaixador de Guaidó nos EUA, Carlos Vecchio. "Não há forma de resolver a profunda crise se não cessarmos a ditadura."

Desde o reconhecimento de Guaidó por parte da comunidade internacional como presidente interino da Venezuela, países começaram a anunciar valores disponíveis para remédios e alimentos. Os EUA já haviam oferecido US$ 20 milhões para ajuda humanitária à Venezuela e o Canadá anunciou o equivalente a US$ 40 milhões. Além dos dois países, Alemanha, Holanda, Reino Unido, e Taiwan se comprometeram com as doações, segundo os venezuelanos.

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que outras conferências como esta serão organizadas pela Venezuela. "A ajuda humanitária que a Venezuela mais precisa é uma mudança de regime, é a saída da ditadura usurpadora", afirmou.

Os representantes de Guaidó convidaram empresários, diplomatas, especialistas e ONGs de 60 países para o que chamaram de Conferência Mundial da Crise Humanitária da Venezuela, organizada na sede da OEA, em Washington. A organização do evento chegou a anunciar a participação de Guaidó em transmissão ao vivo no encerramento da conferência, mas a conexão não funcionou.

Lester Toledo, um dos nomes da oposição a Maduro e representante de Guaidó, disse que a entrada dos alimentos e remédios será feita por meio dos venezuelanos. "Gente, gente e mais gente, organizadas, pacíficas", afirmou Toledo. Uma das pontes por onde a ajuda humanitária entraria na semana passada foi bloqueada. O governo Maduro acusa os EUA de pretenderem usar a entrada da ajuda para um golpe de estado e a vice Delcy Rodríguez chegou a afirmar que os produtos enviados pela comunidade internacional eram contaminados e cancerígenos.

O chanceler de Maduro, Jorge Arreaza, disse ontem na ONU que o governo estava criando um grupo de 50 países para denunciar o que consideram a ameaça de uma invasão militar dos EUA. Arreaza esteve acompanhado de diplomatas de países como Rússia, China, Cuba e Nicarágua.

Na OEA, os representantes de Guaidó agradeceram os governos do Brasil e da Colômbia pelo apoio logístico para armazenar a ajuda humanitária.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.