Duas organizações de defesa dos direitos humanos exortaram o Japão nesta quarta-feira (20/2) a reformar seu sistema judiciário, ao afirmar que a detenção do ex-diretor da Nissan, Carlos Ghosn, ilustra suas "graves falhas".
Em declaração conjunta, a Federação Internacional de Direitos Humanos e o Centro dos Direitos dos Presos (CPR) japonês criticaram um sistema que permite a detenção prolongada se suspeitos antes do julgamento.
Ghosn, alvo de três acusações de irregularidades financeiras, está detido desde 19 de novembro e perdeu várias ações de liberdade sob fiança.
"A comunidade internacional finalmente prestou atenção ao imperfeito sistema de justiça penal do Japão", disse a secretária-geral do CPR, Maiko Tagusari.
"A negação do direito de Ghosn a um advogado durante o interrogatório, sua detenção prolongada antes da acusação e suas condições de prisão expõem alguns dos graves defeitos que caracterizaram o sistema de justiça penal do Japão durante tempo demais", acrescentou Tagusari no comunicado.
Os grupos exortaram o Japão a "tomar urgentemente medidas concretas para abordar" estas falhas, incluindo a apresentação de informes adiados aos organismos de direitos da ONU.