Agência France-Presse
postado em 23/02/2019 18:46
Ao menos 42 pessoas ficaram feridas em distúrbios registrados neste sábado (23) na principal ponte fronteiriça entre Colômbia e Venezuela, por onde a oposição tenta fazer entrar ajuda básica, apesar do bloqueio das forças venezuelanas, segundo um socorrista.
Os feridos são venezuelanos, que pretendiam cruzar com assistência para seu país pela ponte Simón Bolívar, fechada na véspera por determinação do presidente Nicolás Maduro, quando foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo.
Catorze feridos tiveram que "ser transferidos" para receber atendimento médico, disse à AFP um funcionário da Defesa Civil, que pediu para não ser identificado.
Os venezuelanos foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo lançadas do lado venezuelano.
Os artefatos foram "lançados pela polícia venezuelana para repelir os manifestantes", disse uma autoridade policial do lado colombiano, que pediu para ter sua identidade preservada.
Alguns feridos também levaram pedradas e impactos de balas de borracha, segundo outras fontes policiais consultadas pela AFP.
A maioria dos manifestantes, alguns com os rostos cobertos, recuavam com a queda das bombas de gás para posteriormente voltar à carga contra os cerca de 30 policiais venezuelanos que defendiam a linha divisória entre os dois países.
Em meio aos confrontos, alguns usaram como barricadas as cercas que separam as faixas de tráfego para as passagens migratória.
Atrás da tropa de choque venezuelana, ouviam-se palavras de ordem como "Não passarão", entoadas por civis, muitos vestidos de vermelho, a cor do chavismo.
Durante o dia, também estouraram distúrbios na ponte Francisco de Paula Santander, que também liga os dois países.
Um contingente da tropa de choque bloqueava a caravana de caminhões com toneladas de remédios e alimentos que tentavam voltar de Cúcuta pela ponte Santander, em Ureña, segundo jornalistas no local.
Neste ponto também foram incendiados dois caminhões que levam a ajuda gerida pelo opositor Juan Guaidó, reconhecido por meia centena de países como o presidente interino da Venezuela.