O cardeal australiano George Pell, que era considerado o número três do Vaticano, foi declarado culpado de agressão sexual contra menores. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 26, pela Justiça de Melbourne, na Austrália. A decisão torna Pell o religioso de mais alto cargo na Igreja Católica condenado em um caso de abuso sexual.
A Justiça de Melbourne, no sul da Austrália, declarou o cardeal, de 77 anos, culpado em um caso de agressão sexual e outros quatro de atentado ao pudor contra dois coroinhas que tinham 12 e 13 anos. Os fatos ocorreram na sacristia da Catedral de São Patrício de Melbourne nos anos 1990.
O cardeal negou inicialmente as acusações e o júri não havia chegado a uma decisão durante um primeiro julgamento em setembro. Um novo julgamento em 11 de dezembro determinou a culpa.
O tribunal de Melbourne adotou então uma "ordem de supressão", que proibia qualquer menção a este caso, sob pena de autuação judicial. O silêncio foi imposto para proteger o jurado de um segundo processo em que o cardeal Pell deveria ser julgado por outros supostos delitos.
Mas a acusação decidiu renunciar a esta segunda série de investigações, o que levou ao fim, nesta terça-feira, do silêncio midiático sobre o primeiro caso. A pena aplicada ao cardeal não foi decidida. Nesta quarta-feira, 27, está prevista uma nova audiência.
Os advogados de Pell disseram que pretendem recorrer.
George Pell se aposentou de suas funções no Vaticano para se defender. A sentença vem a público após reuniões da cúpula vaticana para tratar de casos de abuso sexual na Igreja. O papa Francisco sugeriu, no domingo, oito pontos para erradicar a "monstruosidade" dos abusos contra menores. (Com agências internacionais)