O Paquistão deve libertar nesta sexta-feira um piloto indiano capturado esta semana após um confronto aéreo na Caxemira, um gesto de paz em relação à Índia que pode diminuir a tensão entre as potências nucleares.
A crise começou na terça-feira, quando aviões da Força Aérea indiana entraram no espaço aéreo paquistanês para um "ataque preventivo" contra o que Nova Délhi apresentou como um grande campo de treinamento de um grupo islamito baseado no Paquistão, o Jaish e Mohammed (JeM).
Em 14 de fevereiro, um atentado suicida que matou 40 paramilitares na Caxemira indiana foi reivindicado pelo JeM.
A libertação do tenente-coronel Abhinandan Varthaman, anunciada um dia após a captura pelo primeiro-ministro paquistanês Imran Khan, foi apresentada como um "gesto de paz" após vários dias de crise.
Contudo, "nosso desejo de desescalada não deveria ser interpretado como uma fraqueza" pelo primeiro-ministro indiano, o nacionalista Narendra Modi, advertiu Imran Khan.
O piloto deve ser libertado na parte da tarde no posto fronteiriço de Wagah, situado entre as grandes cidades de Lahore (Paquistão) e Amrtisar (Índia).
Milhares de pessoas já aguardam do lado indiano para receber o piloto, celebrado como herói em seu país.
Nesta sexta-feira, tiros de morteiros foram disparados de ambos os lados da linha de demarcação da Caxemira, segundo autoridades locais. Uma mulher morreu e um soldado indiano ficou ferido desde quinta-feira, de acordo com a polícia indiana.
Por causa da crise, o Paquistão fechou seu espaço aéreo na quarta-feira. Mas, nesta sexta, a Autoridade da Avião Civil (ACC) indicou que vai reabrir parcialmente "às 18h00 (10h00 de Brasília).
Índia e Paquistão travaram três guerras, duas delas por causa de Caxemira, uma região das montanhas do Himalaia com uma maioria muçulmana dividida entre os dois países que reivindicaram a soberania desde a independência em 1947.