A Rússia, aliada do presidente venezuelano Nicolás Maduro, prometeu nesta sexta-feira (1/3) continuar com sua ajuda humanitária legítima à Venezuela, enviando especialmente medicamentos.
"A Rússia continuará ajudando às autoridades da Venezuela a resolver as dificuldades econômicas e sociais, inclusive mediante a concessão de ajuda humanitária legítima", declarou o chefe da diplomacia russa Serguéi Lavrov após um encontro com a vice-presidenta Delcy Rodríguez, e informou que Moscou estudava um novo envio de medicamentos pedido por Caracas.
Delcy Rodríguez reiterou seu "agradecimento ao presidente Putin [...] e ao povo russo por todo o apoio que a Venezuela manifestou ao governo constitucional e legítimo". "Maduro deu instruções muito claras de que alimentos o povo da Venezuela precisa, de que alimentos serão adquiridos da Rússia", acrescentou a vice-presidenta venezuelana.
Lavrov assegurou que a Rússia enviou um primeiro lote de 7,5 toneladas de medicamentos com destino à Venezuela. "Recebemos uma lista suplementar de medicamentos que o governo venezuelano desejaria obter. Estamos examinando-a, esclarecendo os detalhes e verificando os detalhes logísticos", acrescentou o ministro das Relações Exteriores.
Acrescentou que a Rússia efetuava envios maciços de trigo à Venezuela que ajudam enormemente ao governo venezuelano a suspender os desafios humanitários atuais.
A Venezuela se encontra imersa na pior crise política e econômica de sua história, marcada pela hiperinflação e a escassez de produtos de primeira necessidade.
O líder da oposição venezolana, Juan Guaidó, havia prometido fazer chegar a ajuda humanitária, mas seu plano fracassou diante da resistência das forças leais a Nicolás Maduro, que denunciou uma tentativa dissimulado de intervenção militar por parte de Estados Unidos.
"A Venezuela não precisa de uma intervenção militar [...] nem dos Estados Unidos nem de ninguém, nós precisamos de paz, estabilidade e tranquilidade", declarou Delcy Rodríguez.
Lavrov considerou "inadmissível a politização do assunto da ajuda humanitária" e estimou que essa questão devia ser solucionada "por meio de práticas internacionais e não servir de pretexto para uma manipulação da opinião pública, a mobilização das forças antigovernamentais e para justificar propósitos intervencionistas".
Na semana passada, Moscou já havia acusado os Estados Unidos de utilizar a ajuda humanitária como "pretexto para uma ação militar" com o objetivo de derrotar Maduro.
Juan Guaidó, o presidente social-democrata da Assembleia Nacional controlada pela oposição, se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, apelando à Constituição.
Foi reconhecido presidente interino ou apoiado por mais de cinquenta países, mas o presidente Nicolás Maduro, respaldado por seus aliados, entre eles a Rússia, denunciou uma tentativa de golpe de Estado promovido por Washington.