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Em transmissão ao vivo, Guaidó convoca mobilização

Ele fez um balanço sobre viagem a cinco países, incluindo o Brasil

O autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, promete retornar ao país a qualquer momento e convocou a população para uma mobilização nacional nesta segunda-feira (4/3) a partir das 11h (horário de Caracas, meio-dia em Brasília). Em Caracas, a concentração está organizada para a Avenida de Las Mercedes, a principal da capital.

No domingo (3/3), por volta das 21h40, Guaidó fez uma live (transmissão ao vivo) nas redes sociais. Ele apresentou um balanço de sua viagem por cinco países da América do Sul: Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador. Segundo ele, foi firmada uma ;coalizão; internacional em favor da democracia.

;As opções de recuperação econômica estão sobre a mesa. Isso está acompanhado da mobilização cidadã e do povo venezuelano;, destacou Guaidó.

Ameaças

Ameaçado pelo governo Nicolás Maduro de prisão, o interino disse não temer os riscos de retornar à Venezuela. De acordo com ele, seu regresso ao país é acompanhado pelo mundo e povo venezuelano. Na transmissão ao vivo, Guaidó estava ao lado da mulher, Fabiana.

;Se tentarem me sequestrar, temos todos os passos a seguir;, disse. ;Hoje estamos mais mobilizados do que nunca;, acrescentou. ;Se me sequestrarem, será um dos últimos horrores. No passado, sequestraram e mataram nossa gente e estamos mais fortes do que nunca;, afirmou. ;A força é a união.;

Em janeiro, a Suprema Corte da Venezuela, sob controle de Maduro, proibiu Guaidó de deixar o país e congelou seus bens. Porém, a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, aprovou uma licença para o interino deixar a região.


Convites

Durante a transmissão, que durou quase meia hora, o interino relatou que deve ir ao Chile, no próximo dia 22, quando haverá a Cúpula do Prosur, fórum convocado pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, para discutir alternativas de incremento nas relações das Américas.

Também afirmou que pretende ir ao Peru e a Honduras. Segundo Guaidó, as visitas são importantes para o fortalecimento da união em torno da Venezuela. Ele ressaltou o esforço conjunto para buscar eleições livres, o restabelecimento da democracia, a solução para a fome e a emergência sanitária.

Guaidó contou que, em Brasília, ele encontrou uma família que caminhou na região de Santa Elena de Uiarén (fronteira da Venezuela com o Brasil) no esforço de escapar das dificuldades e ter oportunidades em outro país. Emocionado, ele disse que trabalhará para que os imigrantes possam regressar à Venezuela com chances de reconstruir suas vidas.


Anistia

O interino reiterou que pretende anistiar os militares e funcionários públicos, que atualmente servem ao governo Maduro. Com um discurso de compreensão sobre as necessidades desses trabalhadores, afirmou que vai se reunir para conversar com eles sobre alternativas.

;Funcionários públicos: a democracia está sequestrada. Haverá uma legislação específica para este setor. Não podemos seguir com a administração de Maduro. Vamos proteger os funcionários públicos;, disse Guaidó. ;Hoje as Forças Armadas venezuelanas devem exercer suas funções.;

O interino disse que o esforço de todos é pela paz. ;Nós queremos a paz, mas a paz não existe quando há massacre, como o de indígenas na fronteira;, disse. ;Nós não ficaremos de braços cruzados.;

Ao final da transmissão, Guaidó mostrou uma fotografia da filha, Miranda, de um ano e nove meses, e disse emocionado: ;Hoje Miranda completa 21 meses;.