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Austrália convoca embaixador turco por comentários de Erdogan após massacre

O presidente turco fez as declarações durante um ato eleitoral no qual ele mostrou imagens do vídeo gravado pelo autor do ataque às duas mesquitas de Christchurch, e afirmou que se a Nova Zelândia não punir o autor do atentado, de nacionalidade australiana, a Turquia o fará

Agência Estado
postado em 20/03/2019 09:44

O presidente turco fez as declarações durante um ato eleitoral no qual ele também mostrou imagens do vídeo gravado pelo autor do ataque às duas mesquitas de Christchurch, e afirmou que se a Nova Zelândia não punir o autor do atentado, de nacionalidade australiana, a Turquia o fará

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, convocou nesta quarta-feira, 20, o embaixador da Turquia em seu país e o advertiu sobre possíveis ações, em resposta a comentários "muito ofensivos" do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, após o massacre na Nova Zelândia.


Erdogan se referiu à campanha de tropas australianas e neozelandesas na península turca de Galípoli durante a 1; Guerra e afirmou que quem visitar a Turquia com atitude antimuçulmana será devolvido ao seu país em caixões, "como seus avós".

O presidente turco fez as declarações durante um ato eleitoral no qual ele também mostrou imagens do vídeo gravado pelo autor do ataque às duas mesquitas de Christchurch, e afirmou que se a Nova Zelândia não punir o autor do atentado, de nacionalidade australiana, a Turquia o fará.

"Fiquei profundamente ofendido, como qualquer outro australiano", disse Morrison à emissora australiana ABC, antes do encontro com o embaixador turco. "Esses comentários distorcem completamente a posição clara dos governos da Austrália e da Nova Zelândia em nossa resposta ao ataque extremista. Não poderíamos ser mais claros em nossa condenação e apoio à comunidade muçulmana."

O embaixador turco, Korhan Karakoç, atribuiu os comentários a um contexto eleitoral. A explicação não foi aceita por Morrison, que exigiu uma retificação pública. "Vou esperar para ver qual será a resposta do governo turco antes de tomar uma decisão, mas digo a eles que todas as opções estão sobre a mesa", disse Morrison.

Por sua parte, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, evitou criticar as declarações do presidente turco ao indicar que o ministro das Relações Exteriores de seu país, Wintson Peters, viaja à Turquia, onde pretende esclarecer os comentários "frente a frente".

"(Peters) irá lá para esclarecer as coisas. Essa é uma oportunidade que deve ser aproveitada. Temos de garantir que o que se reflete é o retrato fiel da Nova Zelândia e dos neozelandeses. E também da nossa comunidade muçulmana", disse Jacinda.

A premiê, que visitou Chirstchurch pela segunda vez após o massacre que deixou 50 mortos e dezenas de feridos, entre eles vários turcos, lembrou que uma delegação do governo da Turquia está em seu país "para trazer uma mensagem de solidariedade à Nova Zelândia e aos atingidos pelo ataque".

Questionada se estava ofendida como Morrison, Jacinda respondeu que "não aceito que estejamos perdendo a nossa relação ou que a percamos no futuro", ao lembrar os laços com a Turquia, país para o qual a cada ano viajam milhares de neozelandeses para comemorar o desembarque de Galípoli.

Vítimas

Nesta quarta-feira (13/3) foram velados os primeiros corpos das vítimas dos ataques. Seis corpos foram enterrados e as cerimônias devem prosseguir ao longo da semana. (Com agências internacionais).

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