O governo dos Estados Unidos sancionou nesta sexta-feira (22/3) o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes), da Venezuela, e suas subsidiárias na Bolívia e Uruguai em represália pela prisão de um assistente de Juan Guaidó, líder da oposição ao presidente venezuelano Nicolás Maduro.
"A contínua prática por parte do regime (de Nicolás Maduro) de sequestrar, torturar e assassinar cidadãos venezuelanos não será tolerada pelos Estados Unidos nem pela coalizão internacional que respalda o (autoproclamado) presidente Guaidó", afirmou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
"Roberto Marrero e outros presos políticos devem ser libertados imediatamente", enfatizou, numa referência ao chefe de gabinete de Guaidó que se encontra desaparecido após ser preso na madrugada de quinta-feira em Caracas por agentes de inteligência do governo venezuelano que efetuaram uma batida em sua residência.
O presidente Donald Trump está decidido a impedir que "Maduro e seu regime sigam roubando os recursos e a riqueza da Venezuela para benefício próprio", informou a Casa Branca, acrescentando que esta decisão busca evitar que Caracas contorne as sanções econômicas americanas através do envio de dinheiro para fora do país.
Estas sanções atingem as seguintes instituição veiculadas ao Bandes: Banco Bicentenario del Pueblo, de la Clase Obrera, Mujer y Comunas; Banco Universal; Banco de Venezuela S.A.; Banco Universal (todos na Venezula); Banco Prodem S.A. (com sede na Bolívia) e o Banco Bandes Uruguay S.A. (que opera no Uruguai).
As medidas congelam todos os bens e ativos que estas entidades possam ter nos Estados Unidos, ou que estejam em posse ou controle de americanos, além de proibir toda transação financeira com indivíduos ou entidades americanas, ou em trânsito no país.
Os Estados Unidos e mais de 50 países apoiam a retirada de Maduro do poder, por considerar sua reeleição ilegítima, e reconhecem como presidente interino Guaidó, que teria como missão liderar um governo de transição e organizar novas eleições.
Washington assegura que busca uma saída pacífica para crise venezuelana, mas Trump reafirmou nesta semana que "todas as opções estão sobre a mesa" para encerrar o ciclo de Maduro.
O Tesouro americano já sancionou dezenas de funcionários e ex-funcionários venezuelanos, entre eles próprio Maduro, acusando-os de violações dos direitos humanos, corrupção e narcotráfico. Além disso, aplicou um embargo ao petróleo da Venezuela, produto crucial para a economia do país sul-americano, que entrará em vigor em 28 de abril.