Os governos do Brasil e do Chile assinaram, neste sábado (23/3), uma declaração conjunta rejeitando qualquer ação que implique violência, sobretudo uma intervenção militar na Venezuela. O documento feito entre o presidente Jair Bolsonaro e Sebastián Piñera foi assinado após encontro bilateral entre os dois no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, em Santiago.
Na declaração, o documento fala em "reiterar, igualmente, o firme compromisso de continuar trabalhando, no âmbito do Grupo de Lima, pela busca de uma saída democrática e pacífica para a crise venezuelana, rejeitando energicamente qualquer ação que implique o uso da violência, sobretudo a opção de intervenção militar."
Além disso, os dois países afirmam ter um compromisso de contribuição para restaurar a democracia no país venezuelano. Para Brasil e Chile, a Venezuela precisa realizar novas eleições presidenciais, "livres e justas", libertar presos políticos e colocar um fim à violação dos direitos humanos. "Insistiram, igualmente, na importância que o regime de Nicolás Maduro autorize a abertura de canal de ajuda humanitária que possa atenuar a grave escassez de remédios e alimentos naquele país", diz o texto.
Na reunião bilateral, o Chile reiterou apoio à candidatura brasileira para ingresso na Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Bolsonaro e Piñera também selaram compromisso com a construção de um corredor logístico que irá unir o Centro-Oeste do Brasil com os portos do Norte do Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.
Os dois países reforçaram ainda a busca de diálogo e aproximação entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul.
O governo brasileiro, que decidiu deixar de sediar Conferência do Clima das Nações Unidas de 2019, a COP-25, manifestou reconhecimento pelos esforços do Chile na organização do evento. "Ambos os países manterão diálogo sobre seus pontos de vista a respeito da temática da mudança climática e assuntos conexos", dia a declaração. Em seu discurso, Bolsonaro se comprometeu à comparecer ao evento, mas disse que o País não pode assinar acordos com objetivos "impossível" de serem atingidos.