Agência Estado
postado em 28/03/2019 10:45
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um alerta em tom de ameaça à Rússia para que retire equipamentos e militares enviados à Venezuela no fim de semana. O americano afirmou que "todas as opções estão abertas" para pressionar que isso aconteça, recorrendo à ameaça velada de que os EUA podem partir para uma intervenção militar contra o regime de Nicolás Maduro.A fala do presidente americano aconteceu no Salão Oval da Casa Branca, na quarta-feira (27/3), quando ele recebeu Fabiana Rosales, mulher de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional venezuelana. Guaidó já foi reconhecido por mais de 50 países, entre eles os EUA e o Brasil, como presidente interino da Venezuela.
Na Casa Branca, Fabiana denunciou perseguições do regime chavista a parentes de Guaidó e disse que o serviço secreto venezuelano tem ameaçado o opositor. "Eu temo pela vida de meu marido", afirmou a mulher de Guaidó na Casa Branca. Ela também se reuniu com o vice-presidente Mike Pence.
A Rússia enviou no sábado à Venezuela dois aviões com militares e equipamentos liderados pelo general diretor de mobilização das Forças Armadas do país. O fato acendeu o alerta sobre uma possível preparação militar de Maduro, mas o governo russo alega que a movimentação é parte da cooperação rotineira entre os dois países.
Durante a tarde, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, reiterou a mensagem do presidente pelo Twitter: "Como o presidente Trump deixou claro hoje, ;a Rússia precisa sair; da Venezuela", escreveu Bolton.
Para Benjamin Gedan, ex-diretor para América do Sul no Conselho de Segurança Nacional dos EUA e atual integrante do programa de América Latina do Wilson Center, as ameaças militares de Trump abrem a porta para "provocações" dos aliados de Maduro.
"É possível que essas ameaças sejam para aterrorizar os militares venezuelanos e provocar uma revolta. Mas, enquanto isso, sua retórica afasta os aliados latino-americanos e ajuda a justificar ações provocativas dos aliados de Maduro em Moscou", afirmou Gedan.
A Colômbia e o Brasil, mesmo alinhados com os EUA, já indicaram que não apoiam uma ação militar na Venezuela.