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China envia 65 toneladas de remédios e insumos médicos para a Venezuela

O país asiático é um dos maiores aliados de Maduro

Caracas, Venezuela - Um avião da China com 65 toneladas de remédios e insumos médicos chegou nesta sexta-feira (29/3) à Venezuela, o que o governo de Nicolás Maduro celebrou como "uma vitória" sobre as sanções financeiras dos Estados Unidos.

"Estamos vencendo o pretenso cerco, o bloqueio, que foi empreendido (...) pelo governo do presidente (Donald) Trump e pela marionete diabólica daqui da Venezuela", disse Tareck El Aissami, ministro da Indústria e ex-vice-presidente, em referência ao líder parlamentar opositor Juan Guaidó.

Numa declaração à imprensa na pista do aeroporto internacional de Maiquetía, em Caracas, El Aissami garantiu que se trata do "primeiro carregamento de vários que começam a chegar a partir deste momento".

Segundo o ministro, a carga inclui antibióticos, analgésicos, medicamentos para doenças como diabetes e material médico-cirúrgico.

Presente na chegada da aeronave, o embaixador chinês na capital venezuelana, Li Baorong, garantiu que o envio é parte de prévios "acordos de cooperação" entre Caracas e Pequim.

Diante da grave escassez de remédios e insumos médicos na Venezuela, a entrada de ajuda internacional tornou-se um elemento central na luta pelo poder entre Maduro e Guaidó, autoproclamado presidente interino do país e reconhecido no cargo por mais de 50 países.

Maduro vincula o desabastecimento com as sanções de Washington. A oposição, organizações de direitos humanos e pacientes denunciam há dois anos a falta de remédios, responsabilizando o governo de Maduro pela redução de importações em meio a uma grave crise econômica.

A China é um dos maiores aliados de Maduro, ao lado da Rússia, que há uma semana enviou uma missão militar a Caracas denunciada como uma "provocação" pela Casa Branca.

Ajuda humanitária

A Cruz Vermelha Internacional anunciou nesta sexta-feira (29/3) que está pronta para distribuir "ajuda humanitária" em um prazo de 15 dias para beneficiar cerca de 650 mil pessoas, mas advertiu que não aceitará "interferências" políticas em seu trabalho.