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Otan busca novas formas de combater 'agressões' da Rússia

Os ministros das Relações Exteriores do pacto procuram mostrar unidade diante da principal preocupação da Otan: a Rússia

Agência France-Presse
postado em 04/04/2019 15:01
Os ministros das Relações Exteriores do pacto procuram mostrar unidade diante da principal preocupação da Otan: a Rússia
Os 20 membros da Otan buscavam, nesta quinta-feira, novas fórmulas para combater o que descreveram como uma crescente agressão da Rússia, no momento em que a aliança militar celebra seu 70; aniversário.

Apesar da discórdia entre os Estados Unidos e importantes aliados, como a Alemanha e a Turquia, os ministros das Relações Exteriores do pacto procuram mostrar unidade diante da principal preocupação da Otan: a Rússia.

Este aniversário ocorre em um momento de crescente tensão com Moscou, que se aliou aos separatistas na Ucrânia e na Geórgia e é acusado de interferir nas eleições americanas de 2016.

Depois de vários anos focados em objetivos mais distantes, como a luta no Afeganistão, os aliados da Otan começaram a demonstrar sua preocupação com a trajetória da Rússia sob a liderança do presidente Vladimir Putin.

"Vamos acordar novas medidas de apoio para nossos parceiros da Geórgia e Ucrânia", disse a repórteres o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

O secretário também afirmou que a Aliança irá abordar "as ações agressivas da Rússia" no Mar Negro.

A Rússia, que se ressente da expansão do pacto militar, capturou em novembro três navios militares ucranianos em uma operação perto do Estreito de Kerch, na Crimeia, detendo dezenas de marinheiros.

"Vamos procurar maneiras de fazer mais em toda a região do Mar Negro. Haverá mais vigilância, mais navios no Mar Negro dos países da Otan", informou esta semana a embaixadora americana na aliança militar, Kay Bailey Hutchison.

A Rússia criticou o plano e seu vice-ministro das Relações Exteriores, Alexander Grushko, disse que só "aumenta os riscos militares" na região.

"É o momento de deixar de evocar a ;ameaça do leste;. Em nome da paz, o mundo precisa de uma desescalada das tensões militares e políticas", disse o ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

As "ameaças emergentes"
Na cerimônia de abertura com o resto dos ministros, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, disse que a Otan deve abordar a "agressão" da Rússia e pediu que a Aliança também aborde as "ameaças emergentes" como China e Irã.

Nessas duas últimas questões, os Estados Unidos têm menos apoio, já que todos os membros da Otan apoiaram o acordo nuclear com o Irã, do qual o governo de Donald Trump saiu de forma unilateral.

Pompeo também não tem feito progressos em suas tentativas de convencer os aliados de não escolher a gigante chinesa Huawei para suas redes de quinta geração, apesar de suas advertências de que a empresa representa um risco para a segurança e privacidade.

O tema da contribuição da Alemanha também foi trazido para a reunião depois das repetidas queixas de Trump de que o país não cumpre o objetivo da Otan de 2014 de dedicar 2% do seu PIB à defesa.

"Agora não é o momento para repetir desculpas já gastas de que os nossos cidadãos não suportam o aumento dos gastos com defesa ou segurança. É dever de cada um explicar isso para as pessoas", disse Pompeo.

Outro ponto de tensão que marcou a celebração foi a decisão da Turquia de comprar o sistema antimísseis russo S-400, o que levou os Estados Unidos a suspender a participação do país no programa de suas aeronaves militares F-35, temendo que a tecnologia russa possa penetrar em seus segredos tecnológicos.

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