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Agenda de Mourão prevê entrevista à CNN, emissora crítica a Trump

Agência Estado
postado em 05/04/2019 21:35
A agenda do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, nos Estados Unidos prevê uma entrevista à rede de televisão CNN. A emissora é crítica ao presidente dos EUA, Donald Trump, que já chamou jornalistas da CNN de "fake news". A entrevista, que ainda consta na agenda de Mourão como um compromisso "a confirmar", é um contraponto à escolha do presidente Jair Bolsonaro nos EUA. Quando esteve em Washington, há pouco mais de 15 dias, Bolsonaro decidiu dar uma entrevista à FOX News, a emissora que é geralmente elogiada por Trump e frequentemente escolhida pelo governo americano para entrevistas exclusivas. O governo Bolsonaro tem feito um movimento de aproximação da gestão de Trump. A entrevista à CNN não é o único contraponto de Mourão à agenda do presidente nos EUA. O vice-presidente terá uma agenda com imigrantes brasileiros em Boston, neste sábado. A passagem de Bolsonaro pelos EUA foi marcada por um recuo em uma declaração sobre imigrantes. Em entrevista à Fox, Bolsonaro defendeu a construção de um muro na fronteira dos EUA com o México, como proposta por Trump, e afirmou que a maioria dos imigrantes não tem boas intenções. No dia seguinte, o presidente brasileiro se desculpou. Também em Washington, o filho de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro, afirmou que os imigrantes ilegais são uma "vergonha" para o País. Mourão tem agenda em Boston, onde participa do evento Brazil Conference, organizado por alunos das universidades de Harvard e do MIT, durante o fim de semana. Na segunda-feira, ele tem encontros em Washington, capital dos Estados Unidos, incluindo uma reunião com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence. Aliados do presidente têm se incomodado com o que consideram "agendas de Mourão que destoam da linha" do governo e com declarações recentes do vice-presidente que "parecem contrariar ou desautorizar posições prévias do Presidente", segundo uma fonte do governo. A viagem de Mourão é encarada, por isso, como uma "viagem pessoal". Apenas a visita a Pence teria contado com o intermédio da área internacional do Planalto.

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