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Duração do adiamento do Brexit 'dependerá do que May disser' na cúpula

"A duração da prorrogação deve estar relacionada com o objeto, com que fim, e dependerá do que May disser de manhã aos dirigentes europeus", afirmou o negociador europeu para o Brexit, Michel Barnier

Agência France-Presse
postado em 09/04/2019 08:38
O negociador europeu para o Brexit, Michel Barnier, garantiu nesta terça-feira (9/4) que a prorrogação da data do divórcio "dependerá" do que a primeira-ministra britânica, Theresa May, disser a seus colegas europeus na cúpula de quarta-feira em Bruxelas.

"A duração da prorrogação deve estar relacionada com o objeto, com que fim, e dependerá do que May disser de manhã aos dirigentes europeus", afirmou Barnier, após uma reunião de ministros europeus em Luxemburgo para preparar a cúpula.

Os presidentes devem debater o pedido da premiê britânica de prorrogar a data do divórcio, adiada de sexta-feira para 30 de junho, enquanto tenta conseguir, em discussões com a oposição trabalhista, uma maioria parlamentar no Reino Unido favorável ao acordo do Brexit.

"A decisão da UE nunca será um Brexit sem acordo", afirmou Barnier, para quem cabe ao Reino Unido dizer o que quer, apontando para a possibilidade de Londres de dar marcha a ré para a saída, ou de aprovar o Tratado de Retirada para "evitar um Brexit sem acordo".

O negociador europeu disse ainda que, se, nesta negociação entre partidos, o Reino Unido defender que a futura relação com a UE inclua, além de um acordo de livre-comércio, uma "real união aduaneira", como pedem os trabalhistas, estariam dispostos a levar isso em consideração rapidamente.

Barnier advertiu, porém, que, de qualquer maneira, as demandas de Londres devem respeitar a integridade do mercado único da UE, que inclui a liberdade de circulação dos cidadãos europeus, um dos princípios criticados pelos partidários do Brexit.

Os sócios europeus do Reino Unido parecem estar dispostos a conceder uma nova prorrogação do Brexit para além de 12 de abril, mas com condições estritas, uma decisão que os presidentes deverão adotar na quarta-feira em Bruxelas.

A hipótese de uma prorrogação "não é automática", declarou a ministra francesa Amélie de Montchalin, para quem a demanda deve ir "acompanhada de um plano político crível que explique o que vai acontecer" durante essa prorrogação.

Para tentar convencer os pesos pesados de seus sócios europeus, a primeira-ministra britânica deve se reunir nesta terça-feira em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, e em Paris, com o presidente francês, Emmanuel Macron.

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