Agência France-Presse
postado em 09/04/2019 09:09
Washington ameaçou nesta segunda-feira impor novas tarifas sobre produtos europeus, entre eles os aviões da Airbus, em represália aos subsídios públicos recebidos pela companhia de parte da UE, informou o Escritório do Representante do Comércio dos Estados Unidos (USTR).
Segundo o USTR, os subsídios europeus à Airbus "penalizam" os Estados Unidos em cerca de 11 bilhões de dólares por ano, e há vontade do Representante Comercial de "atuar" no conflito, que já dura 14 anos e foi levado à Organização Mundial do Comércio (OMC).
"A OMC concluiu várias vezes que as ajudas da União Europeia causaram prejuízo aos Estados Unidos", escreveu o representante Robert Lighthizer, que publicou uma lista preliminar dos produtos europeus que poderão ser tarifados.
O valor total das represálias "deve ser decidido pela OMC" neste verão boreal, destacou o USTR, que se disse pronto para "atuar apenas quando a OMC tomar sua decisão", mas também para suspender suas medidas de retaliação caso a União Europeia suspensa suas subvenções.
A lista, de 14 páginas, inclui produtos do setor aeronáutico, incluindo da Airbus, destaca o comunicado.
Também traz alimentos como salmão, queijos, frutas, azeite de oliva e vinhos.
A disputa Boeing-Airbus é a mais longa e complicada na OMC, que busca criar um campo de jogo nivelado para o comércio global.
Em junho de 2017, a OMC declarou que os EUA haviam cumprido parcialmente com a eliminação dos subsídios à Boeing.
A UE também foi advertida pela OMC por seus subsídios à Airbus e os Estados Unidos solicitaram então à organização que determinasse o valor das sanções pela não retirada do auxílio.
O USTR declarou nesta segunda-feira que assim que sair o valor anunciará a lista completa dos produtos afetados, o que ocorrerá após meses de tensão comercial entre Estados Unidos e União Europeia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez das tarifas punitivas uma espécie de marca, ao adotar várias e ameaçar outras como técnica de negociação: e a UE não foi exceção.