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Exército Sudão destitui o presidente Al-Bashir; presos políticos são soltos

O anúncio se segue a um protesto popular de um mês contra o regime de Bashir, que assumiu o poder por meio de um golpe em 1989

Agência France-Presse
postado em 11/04/2019 10:05
O presidente sudanês Omar al-Bashir
Cartum, Sudão - O presidente sudanês Omar al-Bashir, que estava no poder há três décadas, foi deposto pelo Exército após um protesto popular, informou o ministro da Defesa, Awad Ahmed Benawf, nesta quinta-feira (11/4). "Eu anuncio, como ministro da Defesa, a queda do regime e a detenção em um lugar seguro de seu chefe", afirmou o funcionário na televisão estatal.

O anúncio se segue a um protesto popular de um mês contra o regime de Bashir, que assumiu o poder por meio de um golpe em 1989. O poderoso serviço de Inteligência sudanês anunciou também a soltura de todos os presos políticos do país - informou a imprensa estatal sudanesa.

"O Serviço Nacional de Inteligência e Segurança anunciou que está liberando todos os presos políticos no país", noticiou a agência oficial de notícias Suna.

Multidão toma ruas de Cartum

Uma imensa multidão se concentrou no centro de Cartum, onde a cúpula militar prometeu, durante a madrugada, fazer um anúncio "importante", após meses de manifestações pela renúncia do presidente Omar al-Bashir - constatou a AFP. Os moradores de Cartum saíram às ruas em massa, à espera da declaração, festejando com bandeiras.

Segundo testemunhas, manifestantes entraram no prédio do Serviço de Inteligência NISS, em Kassala, uma grande cidade ao leste do Sudão, perto da fronteira com a Eritreia. Também invadiram um complexo desta força de segurança em Porto Sudão. Por telefone, um deles disse à AFP que os manifestantes "saquearam todo o material" no edifício, após a recusa inicial dos oficiais de soltarem os presos.

O governo russo disse esperar um rápido retorno à calma e à "ordem constitucional" no Sudão, país há vários meses abalado por um movimento de contestação e onde "instrutores" russos apoiam as forças do governo. Acompanhamos a situação muito atentamente e esperamos que não tenha uma escalada da situação que possa levar a mortos entre a população civil", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Esperamos um retorno muito rápido da situação à ordem constitucional", insistiu, classificando os acontecimentos como "um assunto interno do Sudão, que deve ser resolvido pelos próprios sudaneses".

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