Vicente Nunes - Enviado Especial
postado em 28/04/2019 15:32
Madri ; O PSOE, partido do atual presidente de Governo (primeir-ministro), Pedro Sánchez, foi o maior vitorioso das eleições espanholas deste domingo (28/4), após uma das mais disputadas campanhas da história do país. A legenda, no entanto, dependerá de uma ampla coligação para governar, já que não conseguiu as 176 cadeiras necessárias para obter maioria no Parlamento.
Segundo as primeiras pesquisas de boca de urna da GAD3 para a RTVE, o partido socialista garantiu entre 116 e 121 cadeiras do Parlamento. Caso feche um acordo com o Unidas Podemos, Sánchez poderá ter até 166 deputados em sua base de apoio.
Segundo as primeiras pesquisas de boca de urna da GAD3 para a RTVE, o partido socialista garantiu entre 116 e 121 cadeiras do Parlamento. Caso feche um acordo com o Unidas Podemos, Sánchez poderá ter até 166 deputados em sua base de apoio.
A boa notícia para Sánchez, de acordo com as pesquisas de boca de urna, é que os partidos que assinaram a moção de censura que derrubou Mariano Rajoy do poder (fazendo com que Sánchez se tornasse o primeiro-ministro, em junho do ano passado) podem ter feito até 195 cadeiras no Parlamento. Isso indicaria a proximidade de um acordo que colocaria fim ao impasse político do país.
Crescimento da extrema direita
A grande surpresa das urnas foi o Vox, partido de extrema direita, que obteve, também segundo a boca de urna, cerca de 12% dos votos e fez entre 36 e 38 parlamentares. É a primeira vez, desde a redemocratização da Espanha, que a direita radical se fará presente no Congresso.Apesar do descrédito em relação aos políticos, os espanhóis surpreenderam os especialistas e marcaram presença nas seções eleitorais acima do esperado. Mais de 61% dos cidadãos aptos a votarem cumpriram o papel previsto na democracia. Em 2016, pouco mais de 51% dos espanhóis foram às urnas. Os maiores crescimentos se deram nas regiões da Catalunha, de Aragão, de Madri e de Castilla-La Mancha. A última vez em que mais de 70% dos eleitores votaram na Espanha foi em 2008, com a reeleição de José Luis Zapateiro.
As eleições na Espanha foram marcadas pela tranquilidade, a despeito da disputa acirrada entre cinco candidatos. Tradicionalmente, os espanhóis se dividiam entre o PSOE, de esquerda, e o PP, de direita. O PP, de acordo com as pesquisas de boca de urna, teria feito de 69 a 73 cadeiras no Parlamento. O Ciudadanos, também de direita, entre 48 a 49 parlamentares. O Unidas Podemos, da esquerda mais radical, ficou com 42 a 45.